Mais 4 novos casos da “varíola dos macacos” foram detectados no Reino Unido, elevando o total nacional para 7 casos, afirmaram autoridades britânicas à imprensa, na última segunda-feira (16/05).
A Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA) disse que os novos casos, identificados em Londres e nordeste da Inglaterra, não têm conexões conhecidas com as 3 infecções anteriores, alertando que isso pode significar ter evidências de transmissão comunitária da doença.
Os ingleses estão fazendo análises urgentes para estabelecer ligações entre os 4 últimos pacientes infectados, que parecem ter contraído o vírus em Londres, além de terem notificado à OMS os casos, disse a UKHSA.
Vários pacientes estão recebendo cuidados médicos em unidades especializadas em doenças infecciosas no Royal Victoria Infirmary e no Royal Free Hospital, em Londres, para tentar evitar qualquer tipo de infecção ou propagação da varíola.
Nenhum dos indivíduos recém-infectados viajou para um país onde existe a varíola dos macacos, vírus que mata até 10% das pessoas que infecta e é endêmica de alguns países africanos, disse a UKHSA.
Já foram identificados 7 casos entre 6 e 15 de maio. O primeiro caso era um paciente que regressou da Nigéria, onde se acredita ter contraído a infecção. “Isso é raro e incomum. As evidências sugerem que pode haver transmissão do vírus da varíola dos macacos na comunidade, espalhado por contato próximo”, disse Susan Hopkins, consultora médica-chefe da UKHSA.
Devido ao aumento repentino de casos e incertezas sobre onde alguns dos indivíduos contraíram o vírus, as autoridades de saúde da UKHSA estão trabalhando juntamente com o NHS (o SUS do Reino Unido) para identificar se algum paciente teve a infecção e não foi percebida por profissionais de saúde.
As agências internacionais de saúde também estão sendo contatadas para verificar se está ocorrendo infecções da doença em outros países. As 7 pessoas diagnosticadas foram infectadas com a variante do vírus da África Ocidental, que é leve em comparação com a cepa da África Central, disseram autoridades de saúde.
Este vírus é transmitido de animais para humanos, mas pode ocorrer a transmissão entre humanos, o que preocupa os cientistas. Pessoas se infectam em contato direto com os animais, através de arranhão ou mordida, fluidos corporais, objetos contaminados, gotículas ou pelo contato próximo a um paciente infectado.
As autoridades do Reino Unido temem que o vírus possa ter sido transmitido de pessoa para pessoa, o que caracterizaria transmissão comunitária, sendo neste caso motivo de alerta e preocupação para o mundo.
Não existe cura. Os sintomas costumam desaparecer entre 14 e 21 dias. A OMS reconhece que de 1 a 10% dos pacientes com este tipo de varíola morrem durante pequenos surtos em países africanos.
O primeiro caso humano foi registrado na República Democrática do Congo, em 1970. Desde então, lá se concentrou a maioria dos casos, com mais de 1.000 infecções anuais. Desde 1970, o vírus foi detectado em 11 países da África Central e Ocidental.
Fonte(s): Independent Imagens: Reprodução / Independent / OMS / Mark V. Szczeniowski / The Sun