200 pessoas monitoradas nos EUA contra varíola dos macacos; país já tem vacina aprovada contra a doença

Apesar de aprovada, a vacina JYNNEOS tem seu uso considerado off-label. Entenda o que isso significa

de Redação Jornal Ciência 0

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, emitiu um alerta de viagem sobre a disseminação alarmante da varíola dos macacos — enquanto confirma que mais de 200 pessoas estão sendo rastreadas em Massachusetts, após terem tido contato com o primeiro paciente confirmado com a doença no país.

O CDC divulgou o alerta de nível 2 na última segunda-feira (23/05), pedindo que as pessoas redobrem as precauções de segurança e informando que a doença é fatal entre 1 e 11% dos infectados.

“Alguns casos foram relatados entre homens que fazem sexo com homens”, disse o CDC no mesmo dia. De acordo com o New York Post, especialistas dizem que alguns desses casos, que surgiram na Europa, ocorreram em atividades sexuais em raves (festas).

O CDC enfatizou, em negrito, a necessidade de evitar “contato próximo com pessoas doentes, incluindo aquelas com lesões na pele ou lesões genitais, além de contato com animais selvagens mortos ou vivos”.

O comunicado listou 16 países onde a doença foi confirmada na segunda-feira (23/05), sem contar os países africanos onde a doença é endêmica, o que totalizaria 20 países, até então.

Nesta terça-feira (24/05), mais uma nação se juntou à lista dos países com pacientes infectados, a Eslovênia. O país confirmou o caso de um cidadão que voltou de viagem das Ilhas Canárias, na Espanha.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou nesta terça-feira (24/05) que existem 131 casos confirmados de varíola e outros 106 suspeitos.

O primeiro paciente a ser confirmado com a varíola dos macacos nos EUA está completamente isolado no Hospital Geral de Massachusetts, enquanto as autoridades rastreiam mais de 200 pessoas que ele teve contato ao chegar de viagem do Canadá.

O CDC salientou que pessoas que tiveram contato com o paciente infectado, como profissionais de saúde, pessoas do círculo pessoal, íntimo, ou que tiveram muito próximas, podem estar em alto risco de doença grave.

Vacina contra varíola dos macacos já existe

Apesar do vírus da varíola humana ser diferença do vírus da varíola dos macacos, a vacina humana pode conferir proteção de até 85%, de acordo com a OMS, sendo indicada para quem não foi vacinado na infância, tem baixa imunidade ou está na linha de frente nos atendimentos aos infectados — como profissionais de saúde.  

Mas, os EUA têm cerca de 1.000 doses da chamada JYNNEOS, uma vacina aprovada contra a varíola dos macacos e varíola humana.

JYNNEOS é o nome comercial da vacina encomendada e produzida nos EUA pelo laboratório Bavarian Nordic. Já na Europa, a vacina recebe o nome de IMVANEX — apesar de licenciada, seu uso contra a varíola dos macacos é considerado off-label.

O que é off-label?

Segundo a ANVISA, em seu portal oficial, “o uso off-label de um medicamento é feito por conta e risco do médico que o prescreve, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em grande parte das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas ainda não aprovado”.

“Há casos que esta indicação nunca será aprovada por uma agência reguladora, como em doenças raras cujo tratamento medicamentoso só é respaldado por séries de casos. Tais indicações possivelmente nunca constarão da bula do medicamento porque jamais serão estudadas por ensaios clínicos”, explicou a Anvisa.

Na terça-feira da semana passada, a diretora de Preparação para Riscos Infecciosos Globais da OMS, Sylvie Briand, admitiu que era impossível saber se os casos confirmados, até então, eram apenas a “ponta do iceberg”.

Fonte(s): New York Post / Anvisa Imagens: Reprodução / Express UK

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