Lista completa dos 14 sintomas da varíola dos macacos, de acordo com dados atualizados

A varíola dos macacos está se espalhando por diversos países. Conheça os sintomas e saiba reconhecer os primeiros sinais

de REDAÇÃO JORNAL CIÊNCIA 0

O vírus não é novo, sendo endêmico há várias décadas em alguns países africanos, mas só agora começou a chamar atenção do mundo quando a Europa registrou surtos da varíola dos macacos.



Pessoas que não vivem nos países africanos onde a doença ocorre, não estão familiarizados com os sintomas provocados pelo vírus — sendo importante reconhecer os sinais, já que alguns cientistas acreditam que a doença poderá se espalhar para todos os países do mundo.

Pesquisadores publicaram um artigo esta semana detalhando os casos de 7 pessoas que foram infectadas pela varíola dos macacos, no Reino Unido, entre 2018 e 2021, relatando os sintomas mais característicos.

Todos os pacientes do estudo foram observados de perto no hospital, com todos os sintomas sendo registrados e catalogados. Eles permaneceram internados entre 10 e 39 dias. Os pacientes relataram sintomas iniciais de febre, transpiração intensa noturna, sintomas semelhantes ao resfriado comum e inchaço dos gânglios linfáticos e da virilha.

Após isso, desenvolveram a famosa e característica erupção na pele provocada pela varíola dos macacos — na imagem de capa você pode ver os tipos de lesões que a doença provoca na pele. Isso ocorreu entre 1 e 4 dias após o início dos sintomas.

Mas, alguns pacientes não apresentaram sintomas iniciais e desenvolveram a erupção cutânea imediatamente, revelou o artigo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases.

A erupção na pele foi relatada no rosto e no tronco de todos os pacientes. Braços, pernas e mãos também apareceram erupções. Dos 7 pacientes do estudo, 5 desenvolveram a erupção em torno da genitália.

Esses relatórios, juntamente com a lista de sintomas compilados pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), ajudam a construir uma imagem de como a varíola dos macacos se apresenta.

Os sinais clássicos podem incluir: febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, calafrios, exaustão, suor noturno, sintomas idênticos ou parecidos com resfriado como a congestão nasal e coriza, linfonodos inchados (que em alguns estados do Brasil são chamados de ínguas), virilha inchada, erupção cutânea.

Mas no estudo, outras complicações da doença foram documentadas. Sintomas como mau humor, dores muito intensas e conjuntivite fazem parte dos sinais que podem indicar a infecção por varíola dos macacos.

Onde surgem as famosas erupções ou bolhas? Podem surgir no couro cabeludo, na face (sendo muito comum), ao longo do tronco, nos braços e pernas, nas palmas das mãos (às vezes até no leito ungueal, que é a base da unha), na sola dos pés, no pênis, no saco escrotal e nos lábios.

Depoimento de veterinário que contraiu em 2003

De acordo com o jornal britânico The Sun, um veterinário, que contraiu varíola dos macacos em 2003, se apresentou para descrever os sintomas e conscientizar as pessoas sobre os sinais.

Kurt Zaeske disse à NBC que sofreu “sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, tontura, náusea, fadiga e dor de cabeça”, sinais semelhantes aos citados no estudo. À época, Zaeske pegou varíola dos macacos de um cachorro que, provavelmente, havia sido infectado por um rato.

Ele começou a desenvolver pequenas lesões em seu corpo, incluindo “uma bolha que começou a crescer no meu polegar e que se tornou bastante dolorosa. Meu maior medo era perder meu polegar e não poder praticar medicina veterinária”, disse.

O veterinário estava na lista do maior e primeiro surto de varíola dos macacos fora da África, quando mais de 70 casos foram identificados nos EUA, todos ligados a cães infectados, possivelmente por causa de ratos.

O pequeno surto ocorrido décadas atrás, parece não ser comparável com o atual. O número de casos confirmados de varíola dos macacos, em todo o mundo, atingiu a marca impressionante de 600, em 29 países, de acordo com a Universidade de Oxford e a prestigiada Universidade de Harvard.

Formas de infecção

A UKHSA, do Reino Unido, disse que muitos pacientes foram diagnosticados depois de irem a um posto de saúde sexual por apresentar erupção cutânea, especialmente nos genitais.

A UKHSA salientou que, até agora, identificou ligações a bares gays, saunas e ao uso de aplicativos de encontros sexuais, no Reino Unido e no exterior.

Mas, salientou que pessoas que têm vários parceiros sexuais — independentemente da orientação sexual — correm mais riscos de serem infectadas. A varíola dos macacos se espalha através do contato físico, e isso inclui o sexo, embora não seja uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).  

Outras formas de infecção são por gotículas, espirros, tosses, roupas, roupas de cama, toalhas, mordidas ou arranhões de animais contaminados e caça de animais selvagens.

A ciência não sabe, exatamente, quais animais conseguem carregar o vírus, mas roedores africanos, como os ratos, são suspeitos de carregá-lo e transmiti-lo para outros animais, incluindo macacos e humanos.

Secreções e fluidos corporais como sangue e pus, catarro, feridas de pacientes infectados podem transmitir, bem como beijar, abraçar ou tocar esses pacientes. A saliva é um meio de transmissão, já que úlceras bucais podem espalhar o vírus.

A ciência não sabe, ainda, se fluidos vaginais ou sêmen conseguem carregar o vírus e estudos estão em andamento. Mas, sabemos que a mãe pode transmitir para o feto através da placenta, durante o parto ou simplesmente pelo contato do bebê com a pele da mãe infectada.

Fonte(s): The Sun Imagens: Reprodução / The Sun

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