“Facelift de Vampiro”: 3 mulheres contraem HIV após procedimento estético que utiliza sangue para rejuvenescer

O tratamento é popular entre celebridades como Kim Kardashian e consiste na extração do sangue do paciente, sua separação em uma centrífuga para obter o plasma, e posterior aplicação na pele para promover o rejuvenescimento

de OTTO HESENDORFF 0

Três mulheres nos EUA foram infectadas com HIV após se submeterem a procedimentos conhecidos como “vampire facial”, um tratamento que utiliza o próprio sangue do paciente para estimular a produção de colágeno, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O caso é o primeiro documentado de transmissão de HIV através de injeções cosméticas. A investigação começou em 2018 quando o Departamento de Saúde do Novo México foi alertado sobre um teste positivo de HIV em uma mulher de 40 anos.

Ela não tinha histórico de uso de drogas injetáveis, transfusões de sangue ou contato sexual com novos parceiros, mas relatou ter passado por um procedimento estético envolvendo sangue: microagulhamento e micropuncionamento de plasma rico em plaquetas (PRP).

O “Vampire Facial” é um tratamento estético que envolve extrair sangue do paciente, centrifugá-lo para separar o plasma rico em plaquetas, e depois reintroduzir na pele através de agulhas muito finas.

Este procedimento é considerado benéfico para estimular a produção de colágeno e elastina, além de auxiliar na reparação da pele, reduzindo sinais de envelhecimento, cicatrizes de acne e danos solares. Nos EUA custa o equivalente a cerca de R$ 5.000

Celebridades, como Kim Kardashian, popularizaram esse tipo de tratamento, conhecido por seus supostos benefícios de rejuvenescimento. A investigação revelou que o VIP Spa, onde os procedimentos foram realizados, operava com várias irregularidades. Maria Ramos de Ruiz, proprietária, foi condenada a três anos e meio de prisão em junho de 2022 após o fechamento do estabelecimento em setembro de 2018.

A cirurgia estética, uma indústria que movimenta US$ 24,3 bilhões anualmente nos Estados Unidos, tem visto um aumento na demanda, com procedimentos cirúrgicos crescendo quase 20% entre 2019 e 2022. Os procedimentos mais populares incluem lipoaspiração e aumento mamário.

O Departamento de Saúde do Novo México e o CDC encontraram no spa práticas inseguras como armazenamento inadequado de tubos de sangue e seringas, além da reutilização de equipamentos descartáveis. Essas falhas ressaltam a importância de se garantir que todos os procedimentos estéticos sejam realizados sob condições de segurança rigorosas para evitar riscos à saúde.

A Dra. Anna M. Stadelman-Behar, epidemiologista do CDC e principal autora do relatório sobre o incidente, enfatizou ao The New York Times a importância de verificar a licença dos profissionais e das clínicas.

Ela aconselhou ainda que os pacientes devem exigir ver a abertura de seringas e frascos. No entanto, a especialista destacou que, embora o risco de infecção em procedimentos cosméticos geralmente seja baixo, a vigilância é crucial para garantir a segurança.

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Fonte(s): Business Insider / CDC Imagem de Capa: Reprodução / Womens Health Mag

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