Nesta última terça-feira (28/06), o comissário da FCC, Brendan Carr, pediu à Apple e ao Google que removessem o TikTok por apresentar um “padrão de práticas de dados clandestinos”.
Carr compartilhou o conteúdo da carta enviada em um Tweet, onde acrescentou: “[O TikTok] coleta faixas de dados confidenciais que novos relatórios mostram que estão sendo acessados por Pequim”.
A carta oficial, que foi escrita para o CEO da Apple, Tim Cook, e para o CEO da Alphabet, dona da Google, Sundar Pichai, cita relatos que afirmam que o TikTok não é compatível com as políticas de suas lojas de aplicativos.
“Como vocês sabem, o TikTok é um aplicativo que está disponível para milhões de norte-americanos por meio de suas lojas de aplicativos e coleta grandes quantidades de dados confidenciais sobre esses usuários dos EUA”, disse Carr.
O TikTok é de propriedade da ByteDance, com sede em Pequim — uma organização que está “em dívida com o Partido Comunista da China, sendo exigida pela lei chinesa de cumprir as demandas de vigilância do país”, segundo Carr.
O comissário observou que o TikTok é culpado de coletar dados de seus usuários, incluindo históricos de pesquisa e navegação, padrões de pressionamento de tecla, identificadores biométricos e rascunhos de mensagens.
“O TikTok não é o que parece ser na superfície. Não é apenas um aplicativo para compartilhar vídeos engraçados ou memes”, salientou.
“Essa é a roupa de ovelha. Em sua essência, o TikTok funciona como uma ferramenta de vigilância sofisticada que coleta grandes quantidades de dados pessoais e confidenciais”, acrescentou Carr.
As observações e a carta de Carr vêm logo após o veículo jornalístico BuzzFeed publicar um relatório que afirma que os dados de usuários dos EUA foram acessados repetidamente pela China.
Os jornalistas do Buzzfeed tiveram acesso ao áudio vazado de mais de 80 reuniões internas do TikTok. Suas investigações encontraram 14 declarações de 9 funcionários diferentes do TikTok que indicavam que engenheiros na China tiveram acesso a dados dos EUA entre setembro de 2021 e janeiro de 2022 — no mínimo.
“Tudo é visto na China”, disse um membro do departamento de Confiança e Segurança do TikTok em uma reunião de setembro de 2021, de acordo com provas obtidas pela Buzzfeed.
Enquanto isso, uma das gravações mostram um diretor do TikTok se referindo a um engenheiro localizado em Pequim como um “master administrador com acesso a tudo”.
Em resposta, um porta-voz do TikTok disse ao Buzzfeed em nota: “Sabemos que estamos entre as plataformas mais examinadas do ponto de vista de segurança e pretendemos remover qualquer dúvida sobre a segurança dos dados dos usuários dos EUA”.
“É por isso que contratamos especialistas em seus campos, trabalhamos continuamente para validar nossos padrões de segurança e trazemos terceiros independentes e respeitáveis para testar nossas defesas”, disseram.
Durante anos, as autoridades dos EUA expressaram preocupação com o TikTok, seu agrupamento de dados e seus vínculos com o governo da China. O jornal britânico The Sun entrou em contato com o TikTok para comentar o assunto, mas não recebeu resposta. Abaixo, a carta na íntegra (em inglês):
Fonte(s): The Sun Imagens: Divulgação / Search Engine Journal