Em 2018, durante escavações na antiga cidade de Pompeia, os arqueólogos encontraram um esqueleto humano posicionado sob uma grande pedra.
A descoberta intrigou o mundo e rendeu ao homem o apelido de “o mais azarado de Pompeia”, sugerindo que ele teria sobrevivido à erupção do Vesúvio em 79 d.C., apenas para ser esmagado por uma rocha enquanto tentava escapar.
Mas novas investigações trouxeram uma reviravolta surpreendente. Segundo divulgou o site IFLScience nesta quarta-feira (13/11), o esqueleto, embora estivesse sob a rocha, tinha o crânio e a parte superior do corpo intactos, indicando que a causa da morte pode ter sido diferente da interpretação inicial.
O que sugeriu a ideia de esmagamento?
Ao observar o local do achado — um beco estreito onde o homem parecia buscar abrigo — os arqueólogos imaginaram que ele foi atingido pela rocha ao tentar escapar da nuvem de cinzas e destroços. A ideia de uma morte súbita e trágica combinava com o cenário catastrófico de Pompeia, onde terremotos e explosões vulcânicas devastaram a cidade.
Os pesquisadores também consideraram que o homem, por volta dos 30 anos, poderia ter sido atingido por pedras lançadas pelo vulcão ou por fragmentos de construções que desabaram com os tremores. No entanto, a equipe decidiu aprofundar a investigação para descobrir a verdadeira causa da morte.
A verdade por trás do trágico destino
De acordo com uma nota publicada pelo Parque Arqueológico de Pompeia, a morte desse indivíduo não foi provocada pelo impacto do bloco de pedra, mas sim pela asfixia causada pelo fluxo piroclástico — uma mistura letal de cinzas e gases vulcânicos que atingiu a cidade e ceifou a vida de milhares de pessoas.
“As escavações no cruzamento entre as ruas Vicolo delle Nozze d’Argento e Vicolo dei Balconi, onde foram encontrados os primeiros restos mortais, revelaram a parte superior do corpo”, detalharam os pesquisadores.
Eles também destacaram a presença de um túnel sob o local onde o corpo estava deitado. O desabamento desse túnel causou o deslocamento do solo, criando a impressão de que o homem teria sido atingido pela pedra, mas o bloco permanece na posição original.
Assim, a história do “homem mais azarado” de Pompeia revela-se não apenas uma curiosidade mórbida, mas também um lembrete da complexidade das escavações arqueológicas e da necessidade de revisitar hipóteses.
A análise continua, na esperança de que o estudo dos ossos e possíveis fraturas traga mais clareza sobre os momentos finais dessa vítima do Vesúvio, encerrando, talvez, um dos capítulos mais intrigantes das ruínas de Pompeia.
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