Como o sexo frequente pode transformar sua saúde: 5 benefícios comprovados

de OTTO VALVERDE 0

O sexo é uma experiência prazerosa, seja sozinho ou acompanhado, especialmente quando existe uma profunda atração ou um vínculo significativo com a outra pessoa. Além disso, o sexo pode se tornar uma forma extraordinária de comunicação, capaz de transmitir sentimentos complexos e fortalecer o relacionamento.

Sendo uma dimensão fundamental da vida, há muitos estudos sobre como e quando é melhor se dedicar a ele. No entanto, a verdade é que não há respostas universais para essa questão, pois depende de cada pessoa, do casal e do contexto. O importante é que haja consenso, com ambas as partes se sentindo confortáveis e satisfeitas em suas expectativas mútuas.

Por outro lado, existe uma vasta evidência sobre os benefícios físicos e psicológicos que o sexo pode trazer. Respeitando que cada indivíduo tem necessidades e valores únicos, a seguir detalhamos o que ele pode nos proporcionar quando praticado com a frequência que consideramos ideal.

Melhora o humor

Durante o sexo, o cérebro libera endorfinas, substâncias que promovem excitação, satisfação e bem-estar. Elas estão envolvidas na euforia e na calma que ocorrem antes e depois do orgasmo, respectivamente, fazendo parte do sistema de recompensa que sentimos ao experimentar prazer.

Embora o sexo possa nos fazer sentir bem, não é correto considerá-lo um tratamento para depressão. Ele pode proporcionar momentos positivos que contribuem para o bem-estar, mas os transtornos de humor exigem abordagens terapêuticas mais complexas e, muitas vezes, multidisciplinares.

Além disso, o sexo facilita o sono, o que pode ser especialmente útil para quem sofre de insônia, frequentemente associada a problemas de saúde mental.

Reduz o estresse

O estresse desadaptativo, ou distrés, surge quando nos sentimos sobrecarregados pelas demandas do ambiente, afetando tanto o humor quanto o desejo sexual. Quando convivemos por muito tempo com situações que nos oprimem, o desejo de praticar sexo pode diminuir, o que às vezes resulta em menor satisfação no relacionamento.

Esse efeito pode estar relacionado aos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, que é necessário para lidar com as pressões do ambiente, mas que pode ser prejudicial quando permanece elevado por muito tempo. O sexo ajuda a reduzir o estresse, embora o próprio estresse muitas vezes iniba o desejo sexual.

Curiosamente, casais mais satisfeitos tendem a buscar relações sexuais após dias estressantes e também são os que mais se beneficiam dos efeitos positivos do sexo.

Fortalece o sistema imunológico

A prática regular de sexo fortalece as defesas do organismo contra vírus, bactérias e outros patógenos. Alguns estudos até sugerem que ter relações sexuais três vezes por mês pode oferecer proteção contra o coronavírus, além de outras doenças infecciosas.

Esse benefício para o sistema imunológico independe da idade ou das práticas sexuais específicas, mostrando que qualquer pessoa pode se beneficiar, independentemente do momento da vida.

Reduz a pressão arterial e alivia a dor

O sexo também favorece a saúde cardiovascular. Durante o orgasmo, ocorre um aumento temporário da pressão arterial, seguido por um relaxamento que beneficia o sistema circulatório. Para os jovens, uma única relação sexual pode gastar até seis vezes mais energia do que o estado de repouso.

Outro estudo recente sugere que a atividade sexual na velhice pode reduzir o risco de problemas cardiovasculares, além de ajudar no alívio de dores crônicas, especialmente em mulheres.

Fortalece o relacionamento e a conexão emocional

O sexo desempenha um papel importante na construção e manutenção de vínculos entre parceiros, sendo um momento propício para compartilhar experiências gratificantes. A oxitocina, conhecida como o “hormônio do amor”, é liberada durante o sexo e fortalece os laços emocionais, inclusive os vínculos entre mãe e filho na amamentação.

Essa substância é fundamental para regular comportamentos sociais e emocionais, ajudando a reduzir o medo, a ansiedade e o estresse. Ela é liberada em momentos íntimos, como abraços e carícias, ressaltando que o sexo vai além da genitalidade e deve incluir outras formas de interação emocional.

Embora o orgasmo seja o ponto culminante da resposta sexual, nossas relações íntimas não devem ser definidas apenas por ele, nem consideradas incompletas quando não é alcançado.

Em resumo, o sexo oferece inúmeros benefícios. O mais importante é que ele atenda às necessidades das pessoas envolvidas, proporcionando momentos agradáveis e relaxantes. Forçar a intensidade ou frequência pode ser contraproducente. O respeito às necessidades mútuas é fundamental para um relacionamento saudável.

Conteúdo escrito por Joaquín Mateu Mollá, Doutor em Psicologia Clínica. Diretor do Mestrado em Gerontologia e Cuidado Centrado na Pessoa, da Universidade Internacional de Valência, Espanha, para o portal The Conversation.

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