Um recente surto de pneumonia, causado pela bactéria Mycoplasma pneumoniae, tem gerado preocupações globais, com foco na China e extensão para países europeus, como Holanda e Dinamarca.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem acompanhado de perto essa situação, observando um aumento significativo de casos respiratórios em crianças, principalmente na China.
A Mycoplasma pneumoniae, responsável por quadros gripais e sintomas semelhantes aos causados por vírus como influenza e o coronavírus, é conhecida por sua facilidade de propagação aérea, o que a torna altamente contagiosa.
Esse aumento de casos é atribuído, em parte, à reabertura das escolas e à diminuição das medidas de isolamento social após a pandemia da COVID-19 — essa é uma das possíveis explicações das autoridades chinesas de saúde quando os casos começaram a deixar hospitais em lotação máxima, recentemente.
Com base em informações da OMS, desde meados de outubro de 2023, tem-se observado um incremento nas doenças respiratórias em crianças no norte da China, com um aumento nos casos de pneumonia causada por Mycoplasma pneumoniae.
Esse aumento também foi notado mais cedo do que o habitual, mas não é considerado inesperado devido à suspensão das restrições da COVID-19, experiência semelhante à de outros países.
Na Europa, a situação não é menos preocupante. Países como Dinamarca e Holanda têm relatado picos de infecções, com a Dinamarca reportando níveis epidêmicos e a Holanda observando uma duplicação dos casos em comparação com o ano anterior. Isso sugere uma tendência crescente em várias nações.
A diminuição das taxas de imunização infantil contribui para aumentar a vulnerabilidade das crianças não só à bactéria Mycoplasma pneumoniae, mas também a outros agentes patogênicos. Essa situação tem como consequência o agravamento e a mudança no padrão sazonal dos surtos de doenças respiratórias, que são mais frequentes em crianças.
Qual o risco de o surto chegar ao Brasil?
As chances são grandes. O Brasil, que também experimentou a retomada das atividades escolares e a suspensão das medidas de isolamento social, encontra-se em alerta.
Dr. Julio Croda, médico infectologista da Fiocruz e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, aponta para a possibilidade de um surto semelhante no país, especialmente entre crianças mais suscetíveis, durante entrevista ao jornal Correio Brasiliense.
A falta de testagem em massa para a detecção do Mycoplasma pneumoniae no Brasil pode representar um desafio no monitoramento e tratamento adequado da doença. Contudo, há uma nota de otimismo. A bactéria, apesar de ser altamente contagiosa, geralmente provoca sintomas leves de gripe e, nos casos de pneumonia, pode ser tratada com antibióticos.
O Brasil possui recursos para diagnóstico e tratamento da bactéria, mas especialistas enfatizam a necessidade de vigilância e preparo para um possível surto que, possivelmente, será inevitável.
Sintomas e Tratamento
Os sintomas da infecção por Mycoplasma pneumoniae incluem coriza, dor de cabeça e na garganta, febre e tosse seca. O diagnóstico exato requer testes específicos, visto que os sintomas são similares a outras infecções respiratórias.
O tratamento abrange o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, hidratação e, em casos graves, como pneumonias, uso de antibióticos. A situação atual, embora preocupante, é monitorada de perto por organizações de saúde ao redor do mundo.
A recomendação é a observação atenta dos padrões de infecção e a manutenção de medidas de saúde pública para prevenir um aumento no número de casos, deixando o sistema de saúde preparado para possíveis picos no número de pacientes com pneumonia.
Fonte(s): Daily Mail / CNN Internacional / Standard UK / Sky News / Correio Brasiliense Imagem de Capa: Reprodução / Infectious Disease Advisor
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