Segundo uma equipe internacional de astrônomos, uma região próxima do centro da Via Láctea sofre com ausência de estrelas jovens – conhecidas como cefeídas. Essa descoberta propõe que embora haja presença de cefeídas no “coração” da Via Láctea, não há estrelas jovens em Disk Inner – área que se estende cerca de 8.000 anos-luz fora do centro galáctico.
“Encontramos cefeídas no centro da Via Láctea, mas agora constatamos que, fora isso, há um deserto enorme de estrelas jovens estendendo-se a 8.000 anos-luz do centro“, relatou o membro da equipe, Noriyuki Matsunada, da Universidade de Tóquio.
As cefeídas, são objetos de estudo muito importantes para os pesquisadores entenderem como estrelas estão distribuídas em todo o Universo. Devido à sua pouca idade – por vezes, 10 milhões de anos de idade – seu brilho se torna suficiente para que os cientistas calculem sua distância.
Para começar a busca de cefeídas na galáxia, os estudiosos usaram informações colhidas por um telescópio na África do Sul. Eles descobriram que uma grande região em torno do núcleo galáctico se apresenta escassa de cefeídas.
Segundo o membro da equipe, Giuseppe Bono, da Universidade de Roma II, na Itália, “o movimento e a composição química das novas cefeídas estão nos ajudando a entender melhor a formação e a evolução da Via Láctea”.
Portanto, há um gigantesco anel ao redor do centro da Via Láctea que não contém quaisquer estrelas jovens. “Foi descoberto que fora desta região há um deserto enorme de cefeídas estendendo-se por 8.000 anos-luz do centro. Para colocar isso em perspectiva, a Via Láctea em si mede 100.000 anos-luz de diâmetro. É um espaço inteiro com quase nada dentro dele“, explica o estudioso George Dvorsky.
O que podemos afirmar é que o assunto ainda precisa ser muito estudado. “Nossas conclusões são contrárias a outros trabalhos realizados recentemente, mas em outras pesquisas também não vemos novas estrelas nascendo nesse deserto”, conta Michael Festa, membro da equipe da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul. Os resultados da equipe foram publicados no Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
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