Ventos de 400 km/h e espessas nuvens de ácido sulfúrico são registrados em Vênus

de Bruno Rizzato 0

A Agência Espacial Europeia (ESA) revelou as últimas imagens de sua nave espacial, Venus Express, mostrando vastas tempestades de Vênus.

Elas revelam enormes vórtices circulares de até 4.000 km de diâmetro, com ventos de maior altitude atingindo velocidades de até 400 km/h.

Em 9 de novembro de 2005, há 10 anos, a Venus Express deixou a Terra e começou sua jornada de 153 dias até Vênus, passando oito anos estudando o planeta em detalhes, antes da missão chegar ao fim, em Dezembro de 2014.

Um dos objetivos da missão era observar a atmosfera do planeta de forma contínua durante longos períodos, em uma tentativa de compreender o seu comportamento dinâmico. A atmosfera venusiana é a mais densa de todos os planetas terrestres, composta quase inteiramente de dióxido de carbono.

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O planeta também é envolto por uma espessa camada de nuvens de ácido sulfúrico. Essa combinação de gás com a camada perene de nuvens levou a um enorme efeito estufa, deixando a superfície de Vênus extremamente quente, com temperaturas um pouco maiores que 450ºC, escondida da observação terrestre.

Embora ventos na superfície do planeta se movam muito lentamente, a poucos quilômetros por hora, a densidade atmosférica a essa altitude é tão grande que eles exercem uma força maior do que ventos muito mais rápidos na Terra. Os ventos a 65 km acima das nuvens, no entanto, são completamente diferentes.

Os ventos de maior altitude correm em torno de até 400 km/h, cerca de 60 vezes mais rápido que a rotação do planeta em si, causando efeitos especialmente dinâmicos e rápidos na atmosfera superior do planeta. Assim são formados seus vórtices polares.

Os vórtices polares surgem porque há mais luz solar em latitudes mais baixas. O gás a baixas latitudes ao ser aquecido, move-se em direção aos polos, onde existem dissipadores de ar mais frio. A convergência do ar sobre o polo acelera para os lados e para baixo, causando espirais. No centro do vórtice polar, o ar vai descendo, empurrando as nuvens abaixo por vários quilômetros, a altitudes onde a temperatura da atmosfera é mais elevada.

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O olho do vórtice central pode, portanto, ser claramente visto pelo mapeamento de luz térmica do infravermelho presente na nave espacial a ESA, mostrando a temperatura no topo da nuvem. 

As nuvens ao núcleo do vórtice estão a uma temperatura superior, indicadas por tons de amarelo, em torno região. Venus Express revelou que os vórtices polares de Vênus estão entre os mais variáveis do Sistema Solar.

[ FonteDaily Mail ]

[ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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