Você certamente deve saber que as estrelas têm poderosos campos magnéticos, bem como podem ser rasgadas por buracos negros. Mas, será que você sabe o que acontece quando há uma combinação desses dois fatores?
Em um novo estudo publicado em The Astrophysical Journal Letters, pesquisadores pesquisaram como o campo magnético de uma estrela pode ser afetado por um buraco negro supermassivo, como o que está localizado no centro de nossa galáxia, chamado de Sagitário A*, segundo informações da IFLScience.
Já era do conhecimento dos cientistas que as estrelas podem ser sincronicamente interrompidas quando passam próximas a buracos negros. Quando estes eventos acontecem, resultam na liberação de gases ou outros materiais da estrela, que então são engolidos pelo buraco. Parte desse material também pode formar um disco achatado de acreção em torno do buraco negro.
No entanto, ninguém ainda realmente havia olhado para o que acontece com o campo magnético da estrela neste processo. Assim, em um estudo liderado por James Guillochon, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, pesquisadores simularam o evento. Acredita-se que um deste tipo ocorra apenas uma vez a cada 10 mil anos, embora ainda possamos ver os fluxos de estrelas interrompidas alimentando os buracos negros supermassivos. No passado, um evento de ruptura foi visto em uma galáxia a 5 bilhões de anos-luz da Terra.
Conforme explicado por Guillochon ao site Seeker, durante os eventos, a metade da matéria da estrela cai no buraco negro, alimentando-o, e isso gera um brilho de um bilhão ou 10 bilhões de luminosidades solares. Os pesquisadores descobriram então que se a estrela apenas sobrevivesse a esse processo, seu campo magnético se amplificaria por um fator de 20. A estrela em si continuaria a orbitar o buraco supermassivo, mas, os repetidos encontros resultariam na formação de um corpo altamente magnetizado. Enquanto que, se ela se aproxima e é destruída, seu campo magnético não sofre alterações.
Os cientistas sugeriram ainda a ocorrência de um processo de “dínamo”, em que apenas um único encontro com o buraco negro seria suficiente para aumentar maciçamente o magnetismo da estrela. No entanto, eles ainda não encontraram evidências que suportem essa teoria com base na simulação realizada.
“Se um processo de dínamo atua dentro de uma estrela parcialmente interrompida, repetidos encontros podem não ser necessários, o que sugeriria que milhares de estrelas sincronicamente magnetizadas poderiam estar à espreita dos centros de galáxias”, escreveram os pesquisadores no estudo.
[ IFL Science ] [ Fotos: Reprodução / IFL Science / Wikimedia ]