Gigantesca nuvem de gás pode colidir com a Via Láctea

de Julia Moretto 0

A NASA lançou um novo vídeo sobre a notória Smith Cloud, uma nuvem em alta velocidade que deverá colidir com a Via Láctea em cerca de 30 milhões de anos.

A nuvem possui uma massa de 2 milhões de sóis e está se movendo a 310 km por segundo. Ela foi descoberta pelo astrônomo Gail Smith, em 1963, e por muitos anos foi considerada apenas uma das várias nuvens em alta velocidade ao redor da Via Láctea. Esta ideia mudou no ano 2000, quando astrônomos olharam para ela com o telescópio Green Bank, em Virginia, e descobriram que ela estava em rota de colisão com a nossa própria galáxia.

Os cientistas sabem para onde essa nuvem está indo, mas não de onde veio. Por esse motivo, os astrônomos estudaram sua origem e os resultados foram publicados no início deste ano. Em um vídeo, Andrew Fox, astrônomo do Space Telescope Science Institute, que liderou a pesquisa, disse que há duas teorias principais para explicar esse fenômeno. “Uma delas é que ela foi soprada para fora da Via Láctea, talvez por um conjunto de explosões. A outra é que o Smith Cloud seja um objeto extragaláctico capturado pela Via Láctea“.

A equipe usou o Telescópio Espacial Hubble para analisar cuidadosamente a luz absorvida pela nuvem. Graças a esta técnica, foi possível estimar os diferentes elementos no Smith Cloud. Os cientistas descobriram que a grande quantidade de enxofre na nuvem é semelhante à abundância de enxofre no disco exterior da Via Láctea, o que sugere que a primeira hipótese é a mais provável.   

A nuvem parece ter sido expulsa de dentro da Via Láctea e agora ficando para trás“, disse Fox. “A nuvem está se fragmentando e evaporando como um arado através de um halo de gás difuso em torno de nossa galáxia. Está basicamente caindo aos pedaços“, completou.

Embora esteja perdendo pedaços, a nuvem ainda será grande quando se chocar à nossa galáxia. Ela não irá causar qualquer dano, mas os astrônomos esperam que o seu grande reservatório de gás seja comprimido e transformado em muitas novas estrelas.

[ IFL Science ] [ Foto: Reprodução/ SAXTON / LOCKMAN / NRAO / AUI/ NSF / MELLINGER ]

Jornal Ciência