3.450 metros: Temível atirador de elite canadense se uniu à Ucrânia e ostenta recorde de maior morte à distância

Ele viajou sozinho para o Iraque para lutar contra o Estado Islâmico em 2015 e detém o recorde de morte à distante já registrado no mundo

de Redação Jornal Ciência 0

O chamado foi mais forte e, apesar do filho completar um ano em poucas semanas, Wali arrumou a mala e foi embora.

Seu nome não pode ser revelado; sua esposa colocou essa condição sobre ele. Com um grupo de soldados voluntários, o temível ex-atirador do famoso Royal Régiment of Canada chegou à Ucrânia para lutar ao lado do exército contra a Rússia.

Seu último contato foi feito em diálogo com La Presse (jornal francês) na chegada à Polônia e hoje estima-se que o “temível soldado”, que detém o recorde de maior morte à distância, já está calibrando sua arma e se preparando para se posicionar na frente de batalha.

Wali é um apelido que foi conquistado ao longo do tempo. Um pouco de misticismo para uma lenda viva que serviu nas Forças Armadas do Canadá entre 2009 e 2011, quando as tropas do norte o marcharam para o Afeganistão.

Oficialmente aposentado, ele viajou como soldado voluntário para lutar no Iraque, sozinho e com uma mochila. Lá ele se juntou ao batalhão Peshmerga e lutou por vários meses em solo estrangeiro.

Ao retornar, sua esposa acreditava que a jornada da guerra havia terminado, embora no fundo ela sempre soubesse que Wali estava apenas de férias. Quando o governo da Ucrânia anunciou a criação da Legião Internacional de Defesa Territorial Ucraniana, ele não hesitou.

“Existem vários grupos informais de ex-soldados que estão ativos desde a semana passada e estão começando a responder ao chamado”, explicou Wali em diálogo com o jornal La Presse.

Embora o Canadá sugira que seus cidadãos evitem a área do Leste Europeu e não envie tropas diretamente, esclareceu a ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, conforme noticiado pela mídia CBC, estas são decisões e “escolhas individuais” para apoiar qualquer forma de ajuda à Ucrânia neste momento”. E sobre isso, o governo não pode se meter.

No entanto, o canadense não viaja armado. Em sua mochila estão uma máscara de gás, um traje de atirador camuflado, binóculos e a jaqueta que ele usava no Afeganistão.

“Certamente eles nos darão armas e placas de armadura. Espero até que seja fácil e até surreal, como se te levassem a uma loja e dissessem: Aqui está! Existem lançadores de foguetes, mísseis, etc”, brincou.

“É uma guerra muito mecanizada, mais de movimento e convencional. Quando me ligaram, disseram que precisavam de um atirador. É como um bombeiro que ouve o alarme, eu tive que ir”, reconheceu.

A ligação veio graças a um amigo que organiza comboios neutros de ajuda humanitária e muitos outros ex-soldados estrangeiros que viajaram com ele.

Nas redes sociais, esses grupos paramilitares se coordenam sempre que um conflito armado aparece para viajar e se voluntariar. Somente na guerra contra o Estado Islâmico, 80 ex-soldados canadenses e inúmeros norte-americanos, belgas e franceses foram chamados.

“Vejo as imagens da destruição na Ucrânia e imagino meu filho em perigo e sofrimento. Quando vejo um prédio destruído, vejo a pessoa que o possui ver seu fundo de pensão virar fumaça. Vou para lá por razões humanitárias”, ressaltou o misterioso Wali que é considerado por muitos um verdadeiro herói.

O recorde de Wali ocorreu em maio de 2017 quando estava lutando no Iraque, onde conseguiu matar um componente do Estado Islâmico a uma distância de 3.450 metros.

Fonte(s): La Nación / Diário de Pernambuco Imagens: Reprodução / La Presse

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