Visto como uma alternativa segura à penetração, a crença de que o sexo oral é livre de riscos é generalizada entre muitas pessoas. No entanto, ele pode ser tão arriscado quanto qualquer outra relação, especialmente quando se trata de DSTs.

Conforme reportado em um artigo da Medical Daily, o sexo oral se tornou comum entre pessoas de todas as idades desde a Revolução Sexual da década de 1960. A felação (fellatio, ou estimulação oral do pênis) e cunilíngua (cunningulus, ou estimulação oral da vagina), costumava ser algo praticado apenas por uma minoria de casais. No entanto, atualmente, esse método parece ter se tornado tão popular e importante quanto a relação sexual convencional.

Porém, com essa popularidade, também surgiram alguns mitos relacionados, que por vezes, e equivocadamente, acabam prejudicando a vida sexual de muitas pessoas.

Mito nº 1: você não contrai DSTs por meio do sexo oral

Este mito circula especialmente entre jovens adultos, mas a verdade é que o sexo oral desprotegido é uma grande fonte de risco de transmissões. Por exemplo, se um parceiro estiver praticando sexo oral, o risco de transmissão de doenças venéreas, incluindo HIV, aumenta se houver cortes ou lesões na boca. Ainda, se a cenário implica uma mulher em período menstrual, o risco de infecção ocorre pelo contato com o sangue.

Mito nº 2: o sexo oral não transmite sífilis

Qualquer DST pode ser contraída por meio do sexo oral, e isso não exclui a sífilis. De acordo com Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), um número significativo de casos de sífilis associados ao sexo oral foi relatado nos últimos anos.

A doença pode causar problemas que vão desde formações indolores na pele dos genitais ou lábios, até erupções cutâneas significativas. Logo, o CDC recomenda que as pessoas não descartem o uso de preservativos durante o sexo oral, para reduzir o risco de infecção.

Mito nº 3: escovar os dentes antes do sexo oral pode levar à infecção por HIV

De acordo com o AIDS Vancouver, a ideia aqui é que a escovação pode causar pequenas feridas na boca, vistas pelo sangramento das gengivas, o que poderia representar uma ameaça. No entanto, estas feridas não proporcionam um acesso suficiente à corrente sanguínea. Ainda, considere que o HIV raramente é transmitido pela boca (exceto quando há lesões consideráveis), uma vez que a saliva contém uma enzima que impede que o HIV seja transmitido.

Enquanto que o risco é menor, lembre-se sempre de que ele não é zero. Por exemplo, se um dos quatro fluídos contaminados com HIV, como o sangue, sêmen, fluídos vaginais ou leite materno fossem passados para um parceiro sexual não infectado, ele possivelmente se tornaria soropositivo.

Mito nº 4: suco de abacaxi pode mudar o gosto do sêmen

Considere que os fluidos corporais certamente podem ser influenciados pela dieta e estilo de vida de uma pessoa. No entanto, estes resultados não são imediatos, ou seja, beber suco de abacaxi antes do sexo oral não vai mudar em nada o gosto do sêmen. E embora ele seja forte, uma dieta saudável e equilibrada pode ajudá-lo a se tornar menos pungente.

No entanto, conforme lembrado pela terapeuta sexual e escritora, Dr.ª Madeleine Castellanos, em entrevista ao BuzzFeed Health, “nenhuma quantidade de abacaxi no mundo vai fazer com que o sêmen tenha o sabor de uma piña colada, e honestamente se isso ocorresse seria um pouco preocupante”.

Mito nº 5: mulheres não têm orgasmo durante o sexo oral

Há um mito muito popular de que as mulheres só conseguem atingir o orgasmo durante uma relação sexual vaginal, embora até 80% delas sintam dificuldades de chegar ao orgasmo por este meio sozinho, de acordo com o Planned Parenthood. No entanto, elas são plenamente capazes de atingir o clímax em ambos os métodos. Ainda, fazer ambos aumenta a probabilidade do orgasmo, uma vez que mais tempo é dedicado a isso.

[ Medical Daily ] [ Foto: Reprodução / Medical Daily ]

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