Pesquisadores desenvolveram a primeira vacina do mundo contra chikungunya

de Gustavo Teixera 0

Ocorrendo em toda a Ásia, África e subcontinente indiano, e até mesmo no Brasil, Chikungunya é uma doença tropical pouco conhecida que se acredita infectar pelo menos 3 milhões de pessoas por ano. Transmitida por mosquitos, recentemente houve casos na Europa e América, e atualmente ainda não há cura, como resultado, a única coisa que os médicos podem fazer é tratar os sintomas.

Mas pesquisadores criaram recentemente o que poderia ser uma vacina para proteger as pessoas do vírus. O vírus do Chikungunya é classificado pela Organização Mundial da Saúde, ao lado da Dengue, como uma das 20 “doenças tropicais negligenciadas”. Esse é um grupo de doenças que predominantemente infectam as pessoas mais pobres do Planeta, em países em desenvolvimento, e apesar de infectar coletivamente cerca de 1,4 bilhão de pessoas, não têm atenção ou financiamento geralmente dados a outras doenças como, HIV, tuberculose e malária.

O vírus é transmitido através de mosquitos infectados. O nome “chikungunya” traduz-se como “aqueles que se dobram”, em referência à dor articular grave e febre causados pelo vírus, bem como dores de cabeça e erupção cutânea, que geralmente duram algumas semanas, mas podem prolongar-se por meses e até anos. Em casos particularmente graves, pode até levar à morte.

Mas agora pesquisadores da Universidade do Texas podem ter desenvolvido a primeira vacina eficaz, segundo artigo publicado na Nature Medicine. Ao invés de usar vírus inativados ou enfraquecidos, que é como as vacinas são geralmente criadas, os pesquisadores utilizaram um vírus do inseto e o editaram geneticamente para criar um híbrido.

Ao transformar o vírus Eilat, que normalmente infecta mosquitos que expressam proteínas do chikungunya, eles conseguiram criar um híbrido estruturalmente idêntico ao chikungunya natural. A principal diferença é que, por se basear no vírus Eilat, não pode infectar células de mamíferos. Quando os pesquisadores testaram esta vacina em camundongos, descobriram que quatro dias após uma única dose, os roedores estavam produzindo anticorpos contra o vírus chikungunya que ficavam no corpo por 290 dias.

A equipe de cientistas ainda testou a nova vacina em primatas não humanos e descobriu que ela deu uma imunidade robusta para a doença. Esta vacina oferece proteção eficiente, segura e acessível contra o chikungunya e constrói a base para o uso de vírus que apenas infectam insetos, para desenvolvermos vacinas contra outras doenças transmitidas por insetos”, explicou o pesquisador Scott Weaver.

[ IFL Science ] [ Foto: Reprodução / Santa Barbara Post ]

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