Noruega: 33 pessoas morrem após receber vacina da Pfizer contra o coronavírus

Mais de 30.000 pessoas receberam a primeira injeção da vacina na Noruega desde o final de dezembro, de acordo com dados oficiais.

de Thuany Motta 0

Noruega: 29 pessoas morrem após receber vacina da Pfizer contra o coronavírus

Autoridades de saúde da Noruega alertaram que vacinar os idosos mais vulneráveis, com graves problemas de saúde, pode ser perigoso, depois que o país relatou suspeita sobre 33 mortes que ocorreram no país. 

A Agência Norueguesa de Medicamentos relatou, pela primeira vez na última quinta-feira (14/01), que 23 idosos morreram pouco tempo depois de receber sua primeira dose da vacina Pfizer, 13 dos quais podem ter sofrido efeitos colaterais fatais.

No entanto, o número de mortes foi atualizado para 33 pessoas no último sábado (16/01), de acordo com informações do site de notícias Bloomberg. Segundo a agência norueguesa, as mortes podem estão ligadas à vacina da Pfizer, algo que está ainda no campo da hipótese e sob investigação, já que esta vacina era a única disponível no país até sexta-feira passada.

As autoridades listaram febre, vômito e náusea como efeitos colaterais que “podem ter levado à morte de alguns pacientes frágeis”, disse Sigurd Hortemo, da Agência Norueguesa de Medicamentos.

Hortemo ainda acrescentou em nota divulgada à imprensa: “Os relatórios sugerem que reações adversas comuns às vacinas de mRNA, como febre e náusea, podem ter contribuído para um desfecho fatal em alguns pacientes frágeis”.

Ainda segundo os dados divulgados, todas as vítimas possuíam idades acima dos 75 anos. Porém, restam dúvidas sobre a culpabilidade das vacinas.

Em entrevista ao BMJ, uma das publicações científicas de medicina mais influentes e respeitadas no mundo, Hortemo declarou que “pode ser coincidência, mas não temos certeza. Não há uma conexão certa entre as mortes e a vacina”.

As últimas mortes, todas ocorridas entre pacientes em lares de idosos, levaram as autoridades a ajustar seus conselhos sobre quem será selecionado para tomar a vacina da Covid-19, deixando a cargo dos médicos decidir quem deve ser vacinado.

No entanto, as autoridades de saúde norueguesas afirmam que não estão alarmadas e que as reações alérgicas às vacinas ainda são muito raras, e estimulam a necessidade da vacinação.

“Não estamos alarmados com isso. É bastante claro que essas vacinas têm muito pouco risco, com uma pequena exceção para os pacientes mais frágeis”, disse Steinar Madsen, diretor médico da Agência Norueguesa de Medicamentos, de acordo com a ABC News.

“Os médicos devem agora considerar cuidadosamente quem deve ser vacinado. Aqueles que estão muito frágeis e no final da vida, podem ser vacinados após uma avaliação individual”, acrescentou.

Em nota, os laboratórios Pfizer e BioNTech disseram que estão trabalhando com as autoridades de saúde para investigar as mortes, mas acrescentaram que “o número de incidentes até agora não é alarmante e está de acordo com as expectativas”, diz o site da Bloomberg.

Mais de 30.000 pessoas receberam a primeira injeção da vacina na Noruega desde o final de dezembro.

Segundo um rastreador oficial da Universidade Johns Hopkins, mais de 59.000 noruegueses foram infectados desde o início da pandemia, contabilizando 521 morreram.

A agência norueguesa ressaltou ainda que mais de “400 pessoas morrem por semana em lares de idosos ou instituições de longa permanência”.

O órgão ainda emitiu conselho clínico aos profissionais do país para “não incluírem pacientes com doença instável ou aguda, e incluir poucos participantes com mais de 85 anos de idade”.

Fonte(s): La Nacion / Business Insider / Bloomberg / ABC News / Johns Hopkins Foto Principal: Reprodução Pixabay / Torstensimon

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