NASA revela que grande tempestade de Júpiter está diminuindo e que irá criar mapeamento de fenômenos no planeta

de Bruno Rizzato 0

Astrônomos revelaram que uma enorme tempestade de Júpiter, conhecida como “Grande Mancha Vermelha”, a maior no Sistema Solar, está encolhendo.

 

A NASA revelou a descoberta ao lado de deslumbrantes novos mapas do planeta, sendo os primeiros de uma série anual de mapas meteorológicos projetados para detectar mudanças no planeta. As imagens de Júpiter revelaram uma onda rara indo ao norte do equador do planeta e uma característica filamentar única no núcleo da Grande Mancha Vermelha, não vista anteriormente.

 

Cada vez que olhamos para Júpiter, temos sugestões tentadoras de que algo realmente emocionante está acontecendo”, disse Amy Simon, cientista planetário no Goddard Space Flight Center, da NASA, em Greenbelt, Maryland, EUA. As imagens anuais vão ajudar os cientistas a ver como esses mundos gigantes mudam ao longo do tempo.

 

As observações são projetadas para capturar uma ampla gama de funcionalidades, incluindo ventos, nuvens, tempestades e química da atmosfera. Assim, Simon e seus colegas produziram dois mapas globais de Júpiter a partir de observações feitas com a Wide Field Camera 3 de alto desempenho do Hubble. Os dois mapas representam quase toda a volta do planeta, tornando possível determinar as velocidades de seus ventos. Os resultados são descritos no Astrophysical Journal, disponível online.

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As novas imagens confirmam que a Grande Mancha Vermelha continua encolhendo e tornando-se mais circular, tal como tem acontecido há anos. O eixo da tempestade está 240 quilômetros menor do que em 2014. Recentemente, a tempestade havia diminuído de velocidade, a um ritmo mais rápido do que o usual, mas a última alteração é consistente com a tendência de longo prazo.

 

A Grande Mancha Vermelha continua sendo mais laranja do que vermelha, e seu núcleo, que normalmente tem cor mais intensa, está menos distinto do que costumava ser. Um filamento fino incomum é visto, abrangendo quase toda a largura do vórtice. Esse filamento se movimenta com os ventos de 150 metros por segundo ou mais. 

No Norte Equatorial do Anel de Júpiter, os pesquisadores descobriram uma onda pouco visível e única, viajando a cerca de 16 graus de latitude norte, em uma região repleta de ciclones e anticiclones. Ondas similares – chamadas de ondas baroclínicas – às vezes aparecem na atmosfera da Terra, onde ciclones se formam. A onda pode ser originária de uma camada clara sob as nuvens, tornando-se visível apenas quando se propaga nas nuvens, de acordo com os pesquisadores. Essa ideia é suportada pelo espaçamento entre as cristas da onda.

 

Além de Júpiter, os pesquisadores têm observado Netuno e Urano, e os mapas desses planetas também serão colocados no arquivo público. Hubble vai dedicar tempo para esse grupo especial de observações, em um programa chamado Outer Planet Atmospheres Legacy. “O valor do programa a longo prazo é realmente emocionante. A coleção de mapas que vamos construir ao longo do tempo não só irá ajudar os cientistas a compreender as atmosferas de nossos planetas gigantes, como também as atmosferas de planetas sendo descobertos em torno de outras estrelas, e a atmosfera e os oceanos da Terra, também”, disse o coautor do projeto, Michael H. Wong, da Universidade da Califórnia.

 

Os astrônomos também descobriram uma misteriosa tempestade de seis lados no polo norte de Saturno, com cerca de 32.187 km de largura, girando a quase exatamente à mesma taxa que Saturno gira sobre seu eixo. A estrutura hexagonal estranha, vista na animação abaixo, pode ser formada por ventos semelhantes à nossa própria corrente de jato ártico.

 

Novas descobertas têm sugerido que os ventos abaixo da corrente de jato são responsáveis ​​por formar o hexágono. Isso ajudaria a explicar como ele não é influenciado por mudanças sazonais. Espera-se que, ao estudar o movimento do hexágono, possa ser possível entender mais sobre os ventos que estão escondidos sob as nuvens de tempestade na atmosfera de Saturno.

 

Abaixo, vídeo de Júpiter em 4k Ultra HD, liberado pela NASA. 

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / NASA ]

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