Telescópio James Webb: O antes e depois de imagens impressionantes que ficarão na história da astronomia

A divulgação das imagens, com qualidade sem precedentes, impressionou o mundo pelo enorme avanço tecnológico

de Redação Jornal Ciência 0

O dia 12 de julho de 2022 ficará na história da astronomia e da ciência, marcando o dia em que a NASA divulgou as primeiras imagens que mostram o universo com detalhes jamais alcançados pela humanidade.

O marco foi alcançado graças ao Telescópio Espacial James Webb, o mais poderoso da história que, de sua localização a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, registrou imagens do cosmos.

O projeto científico do telescópio James Webb começou em 1995 e se tornou um dos mais importantes da história da ciência, tanto por suas dimensões — seu espelho de 6,5 metros de diâmetro é o maior já implantado no espaço —, quanto por seu altíssimo custo — 9 bilhões de euros, equivalente a R$ 48 bilhões! As quase 3 décadas que levaram para projetá-lo, construí-lo e lançá-lo ao espaço, também é algo notável em termos científicos.

Abaixo você confere um guia de comparação para que você possa entender a grandiosidade do marco histórico que a ciência astronômica alcançou, mostrando o que víamos antes, com a tecnologia anteriormente disponível, e os novos detalhes impressionantes graças ao Telescópio James Webb.  

Campo profundo — Aglomerado SMACS J0723.3-7327

Esta é a imagem mais profunda e nítida do universo distante, até hoje. Mostra como era uma pequena porção do espaço há 4,6 bilhões de anos.

A primeira imagem foi capturada pelo Hubble, em 2017. Logo abaixo, está a imagem do Telescópio James Webb, riquíssima em detalhes.

Esta região, a SMACS J0723.3-7327, é um local muito importante para os astrônomos porque as galáxias ampliadas pela lente gravitacional são consideradas extremamente antigas. Sabemos disso pelo tom avermelhado que muitas apresentam.

A combinação do Telescópio Webb e do aglomerado SMACS 0723 torna possível observar galáxias mais distantes do que nunca, até menos de um bilhão de anos após o Big Bang. Alguns são observados deformados como resultado da passagem pela lente gravitacional.

Quanto mais longe um objeto astronômico está de nós, mais vermelho parecerá. Isso ocorre devido à expansão do universo que “estica” as ondas da luz que viajam pelo espaço há mais de 13 bilhões de anos.

Nebulosa do Anel do Sul

As nebulosas são camadas de gás e poeira ejetadas por estrelas moribundas. O James Webb forneceu imagens extremamente detalhadas de uma das nebulosas mais famosas pelos amantes da astronomia.

Imagem anterior (acima) e a recente, capturada pelo James Webb (abaixo, em infravermelho).

A famosa Nebulosa do Anel do Sul, localizada a 2.000 anos-luz da Terra, ganhou detalhes jamais vistos. Anteriormente, a primeira imagem mostra que víamos uma espécie de “concha azulada” com duas estrelas em seu interior.

Cada camada da nebulosa representa uma parte da massa da estrela que está morrendo. Isso permite que os pesquisadores entendam a história e a evolução desse sistema.
Embora houvesse indicações de que existiam duas estrelas no centro, a nova visão infravermelha do James Webb confirmou a existência da segunda estrela neste sistema, que estava cercada por poeira.

Quinteto de Stephan

Não há como descrever a diferença entre as imagens do Hubble (acima) com as atuais capturas do James Webb (abaixo) — os ricos detalhes que temos agora são impressionantes.

O Quinteto de Stephan é uma coleção de cinco galáxias. Quatro delas estão a quase 300 milhões de anos-luz da Terra. Estão unidas por sua atração gravitacional, que as deformou e criou braços espirais de estrelas.

James Webb conseguiu identificar as estrelas da galáxia NGC 7320, que fica a 40 milhões de anos-luz da Terra. É a primeira vez que as estrelas de uma galáxia tão distante da Terra são registradas.
Nebulosa Carina
O antes e depois de uma das nebulosas mais famosas ganhou detalhes incríveis.

Esta nebulosa já impressionava quando sabíamos de sua existência com a primeira imagem, mas agora com a imagem do James Webb, muitos ficaram sem fôlego, tamanha a beleza!

É até difícil descrever a diferença do antes e depois. De fato, demos um salvo enorme na tecnologia astronômica. A Nebulosa Carina é uma nuvem composta de poeira e gás que serão matéria-prima para a formação de novas estrelas.

A capacidade das câmeras infravermelhas do telescópio conseguiram espiar através da poeira cósmica, revelando centenas de estrelas e galáxias nascentes que antes estavam escondidas pela nebulosa. Essa nova visão nos permite ver estrelas em seus estágios iniciais de formação.

Fonte(s): La Nación Imagens: Reprodução / Telescópio James Webb

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