Qual mistério por trás do iceberg perfeitamente retangular vagando pela Antártida?

de Merelyn Cerqueira 0

Você provavelmente deve ter visto por aí a imagem de um iceberg gigante, com proporções perfeitamente retangulares, vagando pela Antártida.

A imagem, que foi feita pela NASA como parte da Operação IceBridge, mostra como a natureza é confusa, muitas vezes desordenada, irregular e assimétrica e, por vezes, perfeitamente geométrica. Mas, afinal, qual a história por trás desse estranho iceberg.

De acordo com informações da Science Alert, raramente veremos retas ou ângulos de 90 graus tão perfeitos na natureza, então, quando essas coisas aparecem em um ambiente natural, podem sim ser consideradas muito estranhas.

O iceberg em questão foi fotografado em meio a uma confusão caótica de gelo flutuante, como se tivesse sido deliberadamente cortado.

Obviamente que a história levantou uma série de teorias conspiratórias, incluindo a presença de alienígenas ou de um grupo secreto de pessoas escondidas na região que estaria cortando o gelo da Antártida por razões misteriosas.

Mas você pode relaxar. Os alienígenas não estão interessados em nosso gelo e também não há um grupo secreto de pessoas tentando acelerar o aquecimento global. O que aconteceu na Antártida é perfeitamente natural.

Quando pensamos em icebergs, temos a tendência de pensar em enormes pedaços de gelo pontiagudos e em forma de cúpulas, com sua massa se estendendo abaixo da superfície da água.

Mas, estes são apenas um dos dois tipos de iceberg classificados quanto à forma, que são chamados de não-tabulares.

Os icebergs tabulares, por outro lado, são grandes placas de gelo com lados quase verticais e um topo plano, e geralmente se formam a partir de prateleiras de gelo.

De acordo com a cientista Kelly Brunt, da Universidade de Maryland, podemos pensar nestes icebergs como uma unha crescendo por muito tempo e quebrando no final – essa quebra geralmente resulta em linhas retas, perfeitas e geométricas.

E esses icebergs tabulares podem ser enormes, com centenas ou até mesmo milhares de quilômetros quadrados, como o B-15 de 11.000 km², o maior já registrado.

Linhas retas e geométricas não são incomuns em icebergs tabulares, já que estes tendem a se romper de rachaduras naturais no gelo, um processo acelerado pelo aumento da temperatura à medida que a água mais quente escorre e amplia tais aberturas.

É importante ressaltar que não podemos ver o outro lado do iceberg na foto oferecida pela NASA.

Logo, é possível que esta seja mais irregular, o que provavelmente faria a formação parecer menos peculiar – e diminuiria as teorias conspiratórias que deixaram a internet louca.

Fonte: Science Alert Fotos: Reprodução / Science Alert

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