Logo após a virada do ano, enquanto foliões assistiam aos fogos em todo o mundo no céu noturno, a NASA trabalhava para trazer um novo avanço científico na astronomia
A famosa sonda não tripulada New Horizons da agência norte-americana enviada ao espaço para estudar o planeta anão Plutão e também o Cinturão de Kuiper, conseguiu fazer sua primeira aproximação com o objeto mais distante já observado por nós através de uma espaçonave.
O objeto, apelidado de Ultima Thule, foi visualizado pela primeira vez a longa distância pelo telescópio Hubble em 2014, mas só agora os astrônomos conseguiram um olhar mais detalhado da misteriosa “massa rochosa distante”.
A New Horizons fez um sobrevoo na Ultima Thules e agora sabemos que o objeto giratório tem forma de “pino de boliche” e possui dimensões de 32 por 16 quilômetros. Abaixo, pronunciamento oficial da NASA via Twitter:
?First image of #UltimaThule! ?At left is a composite of two images taken by @NASANewHorizons, which provides the best indication of Ultima Thule’s size and shape so far (artist’s impression on right). More photos to come on Jan 2nd! https://t.co/m9ys0VhmLA pic.twitter.com/qZu0KL8uJB
— Johns Hopkins APL (@JHUAPL) 1 de janeiro de 2019
Ultima Thules está localizado a 6 bilhões de km da Terra em uma região ainda pouco conhecida pela Ciência chamada Cinturão de Kuiper.
Este cinturão é um vasto espaço repleto de objetos transnetunianos antigos que também orbitam o Sol (a palavra transnetuniano significa que os objetos ficam após a órbita do último planeta do Sistema Solar, Netuno). Neste local estima-se que existam milhões de rochas geladas.
A mais famosa rocha do Cinturão de Kuiper é Ultima Thules e as imagens representam uma grande conquista na missão estendida da sonda enviada pela NASA – algo muito notável se você considerar que Ultima Thules não tinha sido descoberta até 2006 quando a sonda New Horizons foi lançada.
Após quase uma década de avanços científicos, a sonda nos ajudou a entender mais sobre o Cinturão de Kuiper e quais os perigos que ele pode representar para a vida na Terra – pela imensa quantidade de asteroides na região com possível potencial de nos atingir.
“A New Horizons se comportou como o planejado, conduzindo a maior exploração de qualquer objeto na história, estando a 6,4 bilhões de km do Sol”, disse Alan Stern do Southwest Research Institute em comunicado à imprensa.
“Os dados que temos são fantásticos e já estamos aprendendo muito sobre Ultima Thules. A partir de agora, os dados ficarão cada vez melhores”, salientou Alan.
A NASA não descarta a possibilidade de que a forma de boliche do objeto possa ser também dois objetos que orbitam um ao outro de forma extremamente próxima, dando a entender ser uma única massa rochosa, quando na verdade pode ser duas permanecendo em giros constantes.
Nos próximos meses novos dados serão divulgados quando os estudos das imagens e as análises astronômicas sobre Ultima Thules forem sendo publicados e divulgados à imprensa.
A foto de capa é uma concepção artística gráfica dos especialistas da NASA exemplificando qual seria, de fato, a real aparência de Ultima Thules quando a NASA puder obter imagens mais aproximadas e detalhadas do objeto cósmico.
Fonte: Science Alert Fotos: Divulgação / NASA