Uma imagem capturada pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) revelou falhas na superfície de Marte. Nela podem ser vistos cortes limpos, como se fossem valas, se estendendo pelo solo.
A NASA afirmou que o registro oferece uma visão sobre os diferentes períodos de tempo em que as falhas foram formadas, quando as camadas ainda estavam em vários estágios de endurecimento.
Em meio a superfície de uma das bacias de impacto mais antigas de Marte, o MRO, da NASA, recentemente detectou uma grande extensão de formas com a aparência de “favos de mel”, cada qual com até 9 quilômetros de largura.
A origem dessas características texturizadas permaneceu por muito tempo como um mistério, já que os cientistas debatiam sobre qual processo natural poderia ser responsável pela formação, incluindo eventos glaciais até a erosão do vento.
Contudo, de acordo com a NASA, é possível que vários processos estejam em jogo. Evidências sugerem que as falhas e a paisagem circundante em Marte, a noroeste de Hellas Planitia, que está localizado no hemisfério sul do planeta, podem estar em atividade até os dias de hoje.
“Essas observações sugerem que algumas das falhas ocorreram enquanto os depósitos em camadas ainda eram macios e podiam sofrer deformação, ao passo que outras falhas se formaram mais tarde, quando as camadas foram solidificadas e produziram uma ruptura limpa”, explicou a NASA.
“Os grãos de areia que compõem as dunas na Terra e Marte têm uma existência perigosa por causa da maneira como eles viajam”, explicou a agência. “A areia soprada pelo vento é levada acima da superfície de cada planeta antes de bater no chão e saltar em uma sequência repetida”.
“Os grãos também podem rolar pelo chão, porque eles são expostos ao vento, e também podem ser empurrados por outros grãos de areia que voam pela superfície”.
Assim, à medida que esses impactos se repetem, os grãos de areia são desgastados e suavizados, acabando por formar sua aparência esférica. Então, estes pequenos fragmentos que se quebram são adicionados aos depósitos de poeira de Marte. Embora a ação do tempo somado a esse processo destrua completamente os grãos, na região localizada na imagem ela permite que as dunas continuem existindo.
“O fato de vermos dunas de areia ativas em Marte hoje sugere que as partículas de areia devem ser reabastecidas para substituir os grãos perdidos ao longo do tempo”, explicou a NASA.
À medida que o inverno marciano dá lugar à primavera, as superfícies cobertas de neve começam a mudar de forma, impulsionadas por um influxo de luz solar. Embora soe familiar ao que ocorre na Terra, no hemisfério norte de Marte, a neve e o gelo que salpicam a paisagem são feitos de dióxido de carbono, e não água. Assim, quando este “gelo seco” é exposto ao sol, cria padrões notáveis no solo.
“Quando o sol começa a brilhar na primavera, o gelo na superfície lisa das rachaduras das dunas e o gás que escapa traz a areia escura para fora da duna, muitas vezes criando padrões bonitos”.
Portanto, as falhas mostradas na imagem são da verdade a forma como o gelo, a areia e gases reagem para formar desenhos semelhantes ao movimento de dunas, ou “favos de mel”. “A realidade é que a superfície de Marte é muito mais seca do que a nossa imaginação pode querer sugerir”, disse.
“Esta é apenas uma pequena parte de uma estrutura muito maior; uma cratera invertida – uma cratera que foi preenchida por material que é mais resistente à erosão do que as rochas ao redor – cercado por dunas basálticas azuladas”.
A foto em questão foi capturada no dia 21 de maio de 2017, pela câmera de alta resolução HiRISE, da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, lançada em 2005 com a finalidade de encontrar evidências de água em Marte, mas só agora foi revelada ao público.
Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail