Smartphones são milhões de vezes mais eficientes do que os computadores da NASA de 1969

de Julia Moretto 0

É realmente difícil imaginar os desafios da ida a Lua há mais de cinco décadas. Mas uma coisa é certa, os computadores desempenharam um papel fundamental para isso ocorrer.

Apesar dos computadores da NASA daquele tempo serem inferiores aos atuais, eles foram bons o suficiente para guiar os seres humanos nos 356.000 km de espaço entre a Terra e a Lua, mantendo sua segurança. De fato, os mecanismos de segurança controlados por software formaram a base para a computação moderna.

Essencial nas missões lunares, o antigo computador projetado no MIT era chamado de Apollo Guidance Computer (AGC). O computador utilizava um sistema operacional que permitia que os astronautas digitassem substantivos e verbos que controlavam a sua nave espacial. Para controlar o hardware, o AGC usava um código chamado Luminary.

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Apesar de ser acessível, AGC não era muito poderoso possuindo, 64 Kbyte de memória e operava a 0.043 MHz. Na verdade, se o compararmos, ele era menos eficiente do que uma torradeira moderna!

Além de AGC, no Goddard Space Flight Center – em Terra – milhares de técnicos de voo e especialistas em informática empregaram o IBM System/360 model 75, um computador para realizar cálculos e manter a comunicação entre a Terra e sondas lunares. Esses computadores custaram US$ 3,5 milhões cada e eram do tamanho de um carro. Cada um poderia executar centenas de milhares de operações de adição por segundo, e sua capacidade total de memória estava na faixa de megabyte. Programas que monitoravam dados ambientais da nave espacial e a saúde dos astronautas foram desenvolvidos para o modelo.

Hoje, no entanto, mesmo um pen drive ou um roteador Wi-Fi é mais poderoso do que as antigas máquinas. O iPhone 6, por exemplo, usa 64 bits ARM Cortex A8, desenvolvido pela Apple, composto de aproximadamente 1,6 bilhões de transistores. Ela opera em 1,4 GHz e pode processar a uma taxa de cerca de 1,2 bilhão de instruções por ciclo em cada um dos 2 núcleos. Isso é 3,36 bilhões de instruções por segundo. Simplificando, o relógio do iPhone 6 é 32.600 vezes mais rápido que os melhores computadores da era Apollo e poderia executar instruções 120.000.000 vezes mais rápido.

Porém, esse tipo de comparação não é justo. É como fazer uma comparação lado a lado entre os primeiros aviões projetados pelos irmãos Wright com um de caça F-18. Claro, ambos podem voar, mas os dois viveram em mundos separados. Afinal de contas, o iPhone supera claramente um dos mais famosos – e mais recentes – supercomputadores que já existiu: o Deep Blue (1997) da IBM, que derrotou Garry Kasparov em um histórico confronto de xadrez.

[ ZME Science ] [ Fotos: Reprodução / ZME Science ]

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