Pandemia de vírus de frangos poderia matar metade da população mundial, adverte famoso cientista

Uma nova pandemia, até 100 vezes pior que a provocada pelo novo coronavírus, poderia surgir se não tomarmos medidas preventivas sobre as aves.

de Redação Jornal Ciência 0

O cientista e epidemiologista norte-americano Michael Greger, famoso em todo o mundo por seu livro “Como Sobreviver a Uma Pandemia” (título traduzido do inglês), afirma que as galinhas serão responsáveis por uma nova pandemia, sendo elas o principal fator de transmissão no futuro.

Para Greger, se a humanidade não tomar medidas eficientes de prevenção, teremos uma pandemia 100 vezes mais virulenta se espalhando pelo planeta, em breve.

Em declarações ao jornal britânico Daily Mail, o cientista disse que a pandemia atual não será nada comparada com as pandemias que podem surgir das aves. Para ele, as zoonoses – nome científico para determinar uma infecção que passa de animais para humanos – é o que de fato, devemos temer.

Na escala de “furacões das epidemias”, a Covid-19, não seria nada comparado com a “grande tempestade” que pode ocorrer, 100 vezes pior, com uma taxa de mortalidade de 1 morte para cada 2 pessoas, o que equivaleria a 50%, segundo ele. Greger salienta categoricamente que o novo coronavírus não será a última pandemia que a humanidade terá de enfrentar.

Galinhas incubadoras de vírus?

Michael Osterholm, outro cientista e epidemiologista, afirma que “todos os frangos nascidos são uma nova incubadora para vírus”. Segundo ele, o vírus H5N1, conhecido como “gripe aviária”, é extremamente semelhante ao vírus da Gripe Espanhola de 1918.

Pelo excesso de animais no mesmo espaço e falta de condições adequadas, muitos animais ficam doentes. Foto: Reprodução / Mirror UK.

É importante lembrar que o vírus da Gripe Espanhola também teve sua origem em aves. Greger concorda com o cientista e é ainda mais radical. Para ele, a única forma de não sofrermos gravíssimas consequências futuras, seria matar todos os frangos do planeta Terra.

Mas, Greger reconhece o peso e importância global da indústria que existe por trás das aves, o que envolve bilhões de dólares e conexão com todos os países. Então, em sua visão, o ideal seria pararmos de criar galinhas em granjas e voltarmos para as pequenas explorações, com galinheiros domésticos e familiares. Isso seria mais higiênico e poderia evitar uma nova pandemia catastrófica.

Granjas são perigosas?

“Péssimo fluxo de ar, más condições nos galpões, higiene deficiente e o nível de amoníaco é excessivo devido aos excrementos, não é de admirar que as doenças floresçam”, disse Greger.

O cientista fez questão de ressaltar a origem de doenças que poucos conhecem. A tuberculose e o sarampo vieram dos ovinos e caprinos, a famosa lepra (hoje chamada hanseníase) veio dos búfalos, a coqueluche dos suínos, a febre tifoide dos frangos e o vírus que causa a constipação veio dos bovinos e equídeos (família dos cavalos).

Galinha retirada de uma pilha de fezes em uma granja no Canadá. Foto: Divulgação.

Greger ressalta que as zoonoses raramente chegam até as pessoas por via direta. Geralmente, o vírus faz uma “ponte” com outra espécie, até chegar ao ser humano.

Ele comentou ainda que a maior parte das zoonoses que foram transmitidas aos seres humanos foram através do consumo da carne de algum animal com vírus que conseguiram encontrar adaptação e nos infectar.

Para finalizar, ele ressaltou a simplicidade de como tudo começou quando o assunto é a Covid-19, provocada pelo vírus SARS-Cov-2: “Veja como uma única refeição custou para a humanidade triliões de dólares e milhares de vidas”.

A globalização tornou qualquer doença epidêmica difícil de ser controlada, especialmente quando o agente causador é um vírus. A humanidade precisará adotar novos comportamentos, sociais e econômicos, se quiser minimizar a possibilidade de novos surtos terríveis.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Pixabay Capa: ChameleonsEye / Shutterstock.com

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