Nos EUA, invasão de tatus em áreas residenciais pode estar relacionada com casos de lepra

de Merelyn Cerqueira 0

Enquanto todos temos um certo medo em pegar um resfriado ou gripe, a maioria das pessoas sequer considera poder contrair doenças como varíola ou peste negra, uma vez que ambas já foram erradicadas graças aos avanços científicos. No entanto, conforme apresentado em uma reportagem realizada pela ABC News, a presença de tatus, também conhecidos como armadillos, pode estar associada com nove casos de lepra que ocorreram na Flórida, EUA.

A lepra, doença antiga e altamente estigmatizada, apesar de considerada relativamente incomum no país, deve ser evitada a qualquer custo. Logo, as autoridades locais da Flórida estão alertando aos moradores que busquem indícios da presença de tatus, animal endêmico da América do Sul, em seus jardins ou quintais e imediatamente contatem o centro de controle de animais.

Além dos seres humanos, os tatus são os únicos animais capazes de hospedar o bacilo da lepra. De acordo com revista Smithsonian, em 2011, um artigo publicado pelo New England Journal of Medicine, vinculava formalmente o animal a casos de hanseníase em humanos. Segundo os pesquisadores, as pessoas e os tatus testados para o estudo compartilhavam a mesma estirpe da doença.

Os tatus são considerados ótimos hospedeiros porque a o patógeno da lepra possui uma natureza frágil, capaz de morrer rapidamente quando fora do corpo e notavelmente difícil de ser reproduzido em condições laboratoriais. No entanto, a uma temperatura corporal de apenas 32° C, segundo uma hipótese, a bactéria encontra condições perfeitas para se proliferar.

Considerando a recente invasão na Flórida e os casos registrados, estima-se que 95% da população seja geneticamente improvável de contrair lepra. Ainda, hoje em dia, ela é altamente tratável e não é tão contagiosa quanto um dia foi.

De acordo com pesquisadores da Programa Nacional da Hanseníase, em Baton Rouge, Louisiana, EUA, acredita-se que atualmente 20% de algumas populações de tatu estejam infectadas com a doença. No entanto, os animais raramente vivem tempo suficiente para serem afetados pelos sintomas.

Logo, a maneira mais fácil de prevenir o contágio é evitar o contato com o animal, e isso inclui caçá-lo, esfolá-lo ou comê-lo.

[ Smithsonian / Boredom Therapy ] [ Foto: Reprodução / Pixabay

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