EUA aprovam novo medicamento apelidado de “Viagra feminino”

de Merelyn Cerqueira 0

Mulheres nos Estados Unidos em breve terão uma opção nova de medicamento destinado a aumentar a libido.

A droga, que está sendo apelidada de “Viagra feminino”, em alusão ao famoso medicamento do laboratório Pfizer, foi aprovada recentemente pela Food and Drug Administration (FDA).

Nomeada como Vyleesi, a droga, que foi desenvolvida pela Amag Pharmaceuticals, é a segunda droga aprovada para aumentar o desejo sexual das mulheres, um mercado que as farmacêuticas têm tentado explorar desde o sucesso do Viagra para os homens no final dos anos 90.

Foto: Divulgação / Amag Pharmaceuticals

Enquanto a outra droga é uma pílula diária, a Vyleesi é uma injeção que pode ser aplicada na coxa ou abdômen pouco antes da relação íntima.

Foto: Divulgação / Amag Pharmaceuticals

A vantagem da nova droga, de acordo com Julia Johnson, especialista em reprodução do Centro Médico Memorial UMass, nos EUA, que não esteve envolvida na pesquisa, “é que você só a usa quando precisa. A desvantagem é que é uma injeção – e algumas pessoas são muito sensíveis e podem não querer usar”.

Assim como outros medicamentos semelhantes, seu uso não está livre de efeitos colaterais, que podem incluir náuseas, rubor, reações no local da injeção, e dor de cabeça.

A FDA aprovou o medicamento mais especificamente para mulheres na pré-menopausa com um distúrbio definido por uma persistente falta de interesse sexual. A aprovação foi baseada nas respostas das mulheres a questionários que mostraram aumento no desejo sexual e diminuição do estresse relacionado ao sexo.


As mulheres não estão desejando mais sexo. Elas querem um sexo melhor”, disse Julie Krop, médica-chefe da Amag.


Segundo a FDA, mulheres com pressão alta ou doença cardíaca não devem tomar o medicamento, uma vez que um aumento da pressão arterial foi observado nos testes. Ele também pode interferir com a naltrexona oral, uma droga utilizada por pessoas com dependência de álcool e opiáceos.

Cynthia Pearson, diretora executiva da Rede Nacional de Saúde da Mulher, nos EUA, pediu às mulheres que evitem utilizar a droga “até que se saiba mais sobre sua segurança e eficácia”. Ela observou em um comunicado que a farmacêutica Amag ainda não havia publicado os resultados completos dos ensaios clínicos.

A busca por uma pílula para tratar as dificuldades sexuais em mulheres já foi prioridade para algumas das maiores farmacêuticas do mundo, incluindo a Pfizer, Bayer e Procter & Gamble, mas sem sucesso.

A Amag, por outro lado, que tem sede em Waltham, Massachusetts, planeja lançar a droga aos consumidores através das mídias sociais, incluindo um site chamado unblush.com.

Para Johnson, da UMass, as drogas não devem ser a primeira escolha para o tratamento de problemas sexuais. Em vez disso, ela recomenda aconselhamento para ajudá-las a “separar todos os estresses da vida” de sua vida sexual.

“Mas, se isso não funcionar, vale a pena tentar uma medicação que possa ajudar”, concluiu.

Fonte: Daily Mail / Scienze Fotos: Reprodução / Youtube

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