Cientistas criam folha de papel capaz de retirar vírus de água potável

de Merelyn Cerqueira 0

Pesquisadores da Universidade Uppsala, na Suécia, desenvolveram um filtro de papel capaz de coar até mesmo os vírus mais resistentes presentes na água. O método pode ser uma alternativa barata e viável para gerar água potável para milhões de pessoas no mundo, especialmente em países em desenvolvimento.

Embora os pesquisadores já tenham desenvolvido métodos simples para purificar a água, o que eles ainda não tinham descoberto era uma forma acessível de eliminar os pequenos vírus. O filtro em questão resolve esse problema através de diversas camadas de nanofibras de celulose – desenvolvidas a partir de algas. Ele pode ser usado tão facilmente quanto “passar um café”, segundo os pesquisadores.

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Com um material retirado diretamente da natureza, e usando métodos de produção simples, acreditamos que nosso filtro de papel possa se tornar uma solução de filtragem de água de maneira global e acessível, além de ajudar a salvar vidas”, disse o pesquisador Albert Mihranyan, no ensaio que foi publicado na revista Materials Horizons.

Segundo a Science Alert, estima-se que, neste momento, mais de 748 milhões de pessoas em todo o mundo não tenham acesso à água potável e saneamento básico – e infecções transmitidas pela água são uma das maiores causas de mortalidade global, especialmente para as crianças menores de cinco anos. Dessas infecções transmitidas, os vírus são particularmente perigosos. Eles são difíceis de remover fisicamente, por serem pequenos, e também, podem ser extremamente resistentes a desinfetantes, como o cloro – um dos principais agentes utilizados na purificação da água.

Dessa forma, a filtração é uma opção mais eficiente em termos de purificação, mas algumas das melhores versões podem ser caras. A celulose, que já usamos para fazer sacos de chá, por exemplo, é uma opção muito mais barata. Contudo, na sua forma regular, os poros são muito grandes para separar os vírus. Logo, a utilização de várias camadas de nanofibras, reduz o tamanho dos poros e, assim, todos os tipos de vírus – como o da gripe – podem ser removidos. Além disso, o papel é reutilizável e de longa duração.

Segundo os pesquisadores, os filtros também poderiam ser usados na medicina para ajudar a produzir proteínas terapêuticas e vacinas. Agora, eles trabalham para determinar a vida útil do filtro e na intensificação do processo de fabricação, a fim de se certificarem de que o produto continuará a ser barato e confiável.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

Jornal Ciência