A Terra quase foi atingida ontem por um meteoro e ninguém sabia de sua aproximação!

de Merelyn Cerqueira 0

Um asteroide com o tamanho aproximado de um prédio de 10 andares passou a quase 200 mil quilômetros de proximidade da Terra, equivalente à metade da distância que estamos da Lua. 

Com algo entre 15 e 34 metros de comprimento, o chamado 2017 AG3, que se movia a 16 quilômetros por segundo, só foi detectado no sábado, um dia antes de sua aparição na manhã de segunda-feira, pelo Catalina Sky Survey, da Universidade do Arizona, segundo informações do jornal Daily Mail.

Está se movendo muito rapidamente, e muito perto de nós”, disse Eric Feldman, astrônomo do Slooh – que transmite eventos do espaço na internet – durante uma transmissão ao vivo. “Ele tem uma órbita especialmente elíptica e atravessa as órbitas de dois planetas, Vênus e Terra”. De acordo com a transmissão, 2017 AG3 tinha aproximadamente o mesmo tamanho do asteroide que caiu em Chelyabinsk, na Rússia em 2013, o que significa que, em caso de colisão, os efeitos seriam similares.

Cerca de 38 aproximações similares como essa são esperadas apenas para o mês de janeiro, de acordo com o programa da NASA, Near Earth Object Program. Há anos, os cientistas tentam descobrir como lidar com a ameaça de asteroides que poderiam nos atingir a qualquer momento.

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Recentemente, a Casa Branca lançou um documento oficial descrevendo um plano para o caso, o que sugere que estamos pouco preparados. Chamado de Estratégia Nacional de Preparação de Objetos Próximos da Terra, o documento “procura melhorar a preparação da nação para enfrentar o risco de impactos de NEOs, aumentando a integração de ativos nacionais e internacionais existentes e adicionando capacidades importantes que atualmente estão em falta”.

Os NEOs (Near-Earth Objects) são considerados asteroides ou cometas com órbitas que se aproximam ou entram na órbita de Terra. Em 2013, um meteoro de 17 metros de comprimento atingiu uma cidade na Rússia sem aviso prévio, ferindo mais de 1.000 pessoas no processo. É justamente por isso que uma das estratégias descritas no documento é melhorar a capacidade da NASA de detectá-los antes que seja tarde demais. O documento também sugere o desenvolvimento de métodos de deflexão e interrupção de NEOs, bem como procedimentos de emergência para cenários de impacto.

Mesmo que os impactos sejam considerados eventos raros, a ameaça está sempre presente. De acordo com Dr. Joseph Nuth, pesquisador do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, “eles são eventos de nível de extinção, como o que matou os dinossauros”. Enquanto vivemos sob tal ameaça, a NASA de fato está trabalhando em uma série de missões relacionadas, incluindo uma de redirecionamento de asteroides. Ainda, a agência tem uma equipe de cientistas sempre observando o céu em busca de potenciais ameaças. Contudo, enquanto os EUA aumentam suas táticas em busca das perigosas rochas, outros países estão ainda menos preparados. Logo, o documento sugere que a nação colabore com outras no futuro para reduzir as consequências de um potencial impacto. 

Embora atualmente sejam líderes globais na detecção e monitoramento de NEOs, os Estados Unidos dependerão (em parte) da cooperação e coordenação internacional para ajudar a desenvolver instalações de caracterização e outras futuras relacionadas ao desenvolvimento e implementação de aparatos de deflexão e interrupção para NEOs”, escreveram os especialistas no documento.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]

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