Estrela binária está indo embora de nossa galáxia e os pesquisadores não sabem dizer o motivo

de Merelyn Cerqueira 0

Um sistema estelar binário, conhecido como PB 3877, está viajando a 2 milhões de quilômetros por hora para longe da Via Láctea.

E, apesar da força gravitacional da nossa galáxia, os cientistas ainda não sabem explicar o motivo deste acontecimento. Para complicar ainda mais, quando viaja nessa velocidade, o sistema binário pode atingir uma velocidade de escape galáctico, que iria enviá-lo para o espaço intergaláctico.

De acordo com uma equipe de astrofísicos da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, a nossa atual compreensão da Física não pode explicar o porquê de a PB 3877 estar se movendo de tal maneira.

Normalmente, quando um sistema de estrelas se comporta assim, é porque, recentemente, passou pelo buraco negro supermassivo da Via Láctea, que – graças a seu nível altíssimo de gravidade – basicamente, joga qualquer coisa para fora da galáxia. Porém, segundo o astrônomo Christopher Crockett, em entrevista à Science News, este não parece ser o caso com PB 3877.

Assim, uma das hipóteses apresentada pelos cientistas fala que a origem de tal comportamento estranho possa ser proveniente de a Via Láctea estar colidindo com uma galáxia menor, conforme relatado pela Science Alert.

Segundo Crockett, isso significaria que, atualmente, existem outras estrelas que também estão se movendo dessa forma. Além disso, uma supernova (que surgem após a explosão de estrelas) teria o potencial de empurrar a PB 3877 para fora da periferia da galáxia, embora isso seja improvável, porque ela, provavelmente, teria destruído o sistema binário no processo.

Com base em nossos cálculos, podemos excluir o centro galáctico como lugar de origem, porque a sua trajetória nunca chegou perto dele“, disse Eva Ziegerer, um dos membros da equipe. “Outros mecanismos de ejeção, como colisões estelares e uma explosão de supernova, foram propostos, mas todos eles levariam ao rompimento desse tipo de sistema binário”.

Contudo, a equipe irá continuar com a pesquisa, que foi feita através de observações espectroscópicas do telescópio Keck II, no Havaí. Os resultados prévios foram publicados na revista Astrophysical Journal Letters.

[ Foto: Reprodução / FAU ]

Jornal Ciência