Uma galáxia inteira pode estar sendo devastada por seu próprio buraco negro supermassivo

de Merelyn Cerqueira 0

Uma imagem recentemente capturada pelo telescópio espacial Hubble mostrou uma galáxia que parece estar sendo “estrangulada” por “tentáculos” de gás e poeira. A forma estranha deste objeto celeste é causada por um buraco negro supermassivo que está vivendo em seu núcleo – e matando o “hospedeiro”, de acordo com informações do Gizmodo.

Chamada de NGC 4696, a galáxia está localizada dentro do aglomerado Centaurus, a cerca de 150 milhões de anos-luz da Terra. Ela possui uma forma elíptica padrão, embora não pareça ser semelhante às suas vizinhas. A galáxia também apresenta filamentos curvados, feitos de poeira e hidrogênio ionizado, que estão espiralando para fora do corpo principal em direção ao espaço interestelar.

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No entanto, uma nova pesquisa de astrônomos da Universidade de Cambridge sugeriu que um buraco negro supermassivo, presente no núcleo de NGC 4696, pode ser o responsável por tais características, incluído o fato de que a galáxia não está conseguindo produzir novas estrelas – logo, basicamente, NGC 4696 está morta.

A pesquisa ofereceu novos insights sobre os filamentos da galáxia em questão e como são produzidos. A partir de imagens registradas pelo Telescópio Espacial Hubble, eles foram capazes de medir os filamentos empoeirados, descobrindo que se estendem por 200 anos-luz e apresentam densidade cerca de 10 vezes maior do que o gás circundante. Tais filamentos, que são como fios tecidos de tricô, conectam o gás da galáxia com o seu núcleo brilhante e o buraco negro supermassivo em questão é o responsável pela forma e posicionamento desses filamentos.

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A energia produzida pelo buraco negro se agita aquecendo o gás próximo, enviando correntes de material superquente para fora, e arrastando o material filamentar e o campo magnético da galáxia no processo. Então, eventualmente, os filamentos próximos ao buraco negro são engolidos.

De acordo com os pesquisadores, o processo pode explicar por que a galáxia parece atrofiada e as estruturas magnéticas que fluem por ela impedem que os gases criem novas estrelas. Sem novas estrelas, as atuais continuarão a envelhecer e, finalmente, morrer, deixando este setor do espaço apagado.

[ Gizmodo ] [ Fotos: Reprodução / NASA ]

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