Uma estrela a apenas 10 anos-luz de distância da Terra poderia nos fornecer um vislumbre fascinante sobre os primórdios de nosso Sistema Solar.
Chamada de Epsilon Eridani, ela é semelhante a nosso Sol, mas com cerca de um quinto de sua idade.
A estrela também possui os chamados discos de detritos, que são as marcas registradas da formação de um sistema planetário. Com informações do IFL Science.
A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Iowa State, foi relatada em um estudo publicado pelo periódico The Astronomical Journal.
Ao examinar os discos de detritos ao redor da estrela, eles descobriram que as estruturas internas e externas destes eram semelhantes ao cinturão de asteroides entre a Terra e Marte, bem como o Cinturão de Kuiper, localizado bem além de Netuno e dentro de nosso Sistema Solar.
“Esta estrela hospeda um sistema planetário que atualmente está passando pelos mesmos processos cataclísmicos que ocorreram ao Sistema Solar em sua juventude, no momento em que a Lua ganhou a maioria de suas crateras, a Terra adquiriu a água em seus oceanos, e as condições favoráveis para a vida em nosso planeta foram ajustadas”, explicou o coautor do estudo Massimo Marengo.
Este período, conhecido como Intenso Bombardeio Tardio (IBT), possivelmente também ocorreu com os cometas do Cinturão de Kuiper e Nuvem de Oort, provavelmente há 4.1 e 3.8 bilhões de anos.
As evidências desse período são visíveis por meio das idades das crateras da Lua e outros corpos celestes.
Amostras trazidas por missões Apollo descobriram que muitas das crateras lunares foram formadas neste tempo.
Ainda, a migração de Júpiter e Saturno para suas atuais órbitas também pode ter resultado no evento, o que consequentemente provocou o distanciamento de Netuno e aproximação de alguns cometas.
Não está claro ainda para os pesquisadores qual processo exatamente está ocorrendo em Epsilon Eridani.
Mas, o que eles sabem até agora é que de fato existe um planeta ali, com massa semelhante à de Júpiter e na borda de um cinturão de asteroides interno.
Também, um segundo cinturão está aproximadamente na mesma posição que a órbita de Urano em nosso Sistema Solar. “A semelhança da estrutura de Epsilon Eridani com nosso Sistema Solar é notável, embora ele seja muito mais jovem que o nosso Sol”, disse a NASA em um comunicado.
As descobertas foram feitas por meio do Observatório Estratosférico da NASA para a Astronomia Infravermelha (SOFIA), que basicamente é uma nave equipada com um telescópio voando a cerca de 13.700 metros de altitude enquanto observa o universo.
“Agora podemos dizer com grande confiança que há uma separação entre as correias internas e externas da estrela”, disse Marengo. “Existe uma lacuna provavelmente criada pelos planetas, mas ainda não os detectamos e eu ficaria surpreso se eles não estiverem lá”.
Fonte: IFLScience Fotos: Reprodução / IFLScience