A princípio, afirma-se que a descoberta foi feita por acaso por um estudante de Astronomia chamado Gail Smith, em 1963. Ele teria observado a formação massiva feita de gás orbitando próxima à nossa galáxia.
A nuvem tinha gás suficiente para produzir pelo menos 2.000 estrelas semelhantes ao Sol, e estava viajando pelo espaço a uma velocidade de mais de 1 milhão de quilômetros por hora.
Pelos 40 anos seguintes, a nuvem permaneceu como uma simples curiosidade. Considerada apenas mais uma entre tantas que circundam a Via Láctea. Então, no ano de 2000, o astrônomo Jay Lockman, juntamente com seus colegas de equipe observaram mais detalhadamente a chamada “nuvem de Smith” pelo telescópio Green Back, nos EUA, e resolveram calcular sua trajetória.
Estimou-se que ela estaria em rota de colisão com a via Láctea, mas que isso só ocorreria em mais ou menos 30 milhões de anos. Foi determinado ainda que ela colidiria com o Braço de Perseus, principal espiral da nossa galáxia. O impacto comprimiria a nuvem de gás para dentro da espiral, causando uma explosão de formação estelar, conforme é explicado no vídeo. No entanto, por causa de seu tamanho relativamente menor do que a gigantesca via Láctea, ela de fato não representaria um perigo considerável.
Ainda foram consideradas duas teorias principais sobre o surgimento da nuvem. A primeira diz que ela teria sido soprada pela própria galáxia, a partir de um aglomerado de explosões de supernovas. Enquanto outra sugere que ela na verdade é um objeto extragaláctico capturado pela órbita da Via Láctea.
A partir de observações feitas pelo telescópio Hubble, pesquisadores descobriram que ela possui enxofre em sua composição, e que também estaria absorvendo luz a partir do núcleo de três galáxias mais distantes. A abundância do composto na nuvem é semelhante com a encontrada do disco exterior da via Láctea, o que indica um provável parentesco.
No entanto, também foi verificado que ela gradualmente está se desintegrando. Apenas se algo que restar ali, no momento da colisão acabará por formar novas estrelas em um evento potencialmente muito ativo.
Por outro lado, e considerando a teoria do parentesco, questões que sobre como a nuvem permaneceu intacta mesmo após a expulsão da galáxia permanecem sem resposta.
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