Imagem mostra sistema estelar com ventos de até 10 milhões de quilômetros

de Merelyn Cerqueira 0

Utilizando o Very Large Telescope Interferometer (VLTI), localizado no Observatório Paranal, no Chile, astrônomos do Instituto Max Planck de Radioastronomia (MPIfR) capturaram imagens de alta resolução de um dos mais famosos sistemas estelares binários, Eta Carinae.

Elas revelaram estruturas novas e inesperadas, incluindo uma área entre as duas estrelas em que sopram ventos de até 12 milhões de quilômetros por hora. A descoberta poderia levar a uma melhor compreensão da evolução de estrelas massivas, segundo informações do jornal Daily Mail.

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Eta Carinae está localizado a cerca de 7.500 anos-luz de distância, sendo composto por duas grandes estrelas que se orbitam. Brilhantes e massivas, elas possuem uma radiação que se desprende da superfície e é emitida para o espaço. A expulsão desse material é chamada de vento estelar.

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A zona entre as duas estrelas, onde os ventos colidem, é extremamente turbulenta e até o momento não podia ser estudada. Já era sabido que o sistema binário em questão era capaz de criar fenômenos dramáticos. Na década de 1830, astrônomos teriam observado uma grande erupção ocorrendo ali.

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Desde então, especialistas têm mostrado que ambas as estrelas estão expelindo enormes quantidades de gás e poeira em um curto espaço de tempo – o que acabou criando a nebulosa de Homúnculo.

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Quando ventos estelares colidem entre si em alta velocidade, eles criam temperaturas de milhões de graus, bem como intensas radiações. A área central onde colidem é extremamente pequena – cerca de mil vezes menor do que a nebulosa de Homúnculo – e por isso os telescópios nunca foram capazes de analisá-la.

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No entanto, utilizando três dos quatro telescópios do Observatório, os pesquisadores conseguiram uma melhora de 10 vezes no poder de resolução das imagens. Os novos registros mostram uma estrutura em forma de leque onde o vento mais quente e violento da menor estrela do par se choca contra o vento mais denso da outra. As observações também permitiram que a velocidade dos ventos estelares fosse medida.

A partir desses dados, os pesquisadores foram capazes de criar modelos computacionais mais precisos da estrutura interna do sistema estelar. Segundo eles, os instrumentos utilizados permitiram obter imagens interferométricas com maior precisão e em uma faixa de comprimento de ondas mais ampla.

A vida extragaláctica poderia ser muito estranha

Um novo estudo mostrou que as estrelas estão envoltas em uma misteriosa e densa nuvem de gás e outros produtos químicos, a primeira do tipo já descoberta fora da nossa galáxia. Ele também sugere que se existir vida além da nossa galáxia, ela seria muito mais estranha do que antes se pensava.

Utilizando o telescópio ALMA, uma equipe de pesquisadores recentemente encontrou o primeiro exemplo destas nuvens fora da Via Láctea. “Esta é a primeira detecção de um núcleo molecular quente extragaláctico, e demonstra a grande capacidade dos novos telescópios para estudar fenômenos astroquímicos além da nossa galáxia”, disse o principal autor do estudo, Dr. Takashi Shimonishi, astrônomo da Universidade de Tohoku, Japão. Segundo ele, este núcleo, cheio de moléculas, pode se transformar nos blocos de construção de planetas, cometas e asteroides.

[ Daily Mail ] [Fotos: Reprodução /Daily Mail ] 

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