Astrônomos descobriram uma vasta e brilhante quantidade de gás no Universo, e eles não conseguem descobrir o que realmente está iluminando esse gás.
Esta nebulosa brilhante está localizada no centro de um enorme “protocluster”, uma espécie de grupo de galáxias começando a se aglomerar, das primeiras galáxias a cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra, e é o objeto cósmico mais brilhante de seu tipo já encontrado. No entanto, não há nenhuma fonte óbvia que explique essa luz. O objeto, chamado de “enorme nebulosa Lyman-alfa” (ELAN), não é apenas o objeto mais brilhante do gênero encontrado no Universo, ele é também um dos maiores, rivalizando até com a Nebulosa Slug, que se estende por 2 milhões de anos-luz.
“É extremamente brilhante, e provavelmente é maior do que a Nebulosa Slug, mas não há nada mais visível exceto a leve mancha de uma galáxia“, disse um dos membros da equipe, J. Xavier Prochaska, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. “Então é um fenômeno terrivelmente enérgico sem uma fonte de energia óbvia”, completou Prochaska.
Apenas um punhado de ELANs foi descoberto até agora, e acredita-se que essas acumulações de gás sejam parte de uma rede de filamentos que ligam galáxias vizinhas na vasta teia cósmica do Universo. Enquanto outras ELANs parecem ser alimentadas pela radiação intensa emitida por quasares, formação de estrelas ou supernovas, nenhum desses eventos poderia ser encontrado perto deste último exemplo, apelidado de nebulosa MAMMOTH-1.
O que se sabe é que a luz tem o mesmo comprimento de onda que é absorvido e emitido por átomos de hidrogênio enquanto eles esfriam – uma descarga conhecida como radiação Lyman-alfa. O achado lembra uma descoberta feita em 2000 de outro ELAN, conhecido como o blob Lyman-alfa 1, localizado na constelação sul de Aquarius, a cerca de 11,5 bilhões de anos-luz da Terra.
Esticando três vezes mais do que a própria galáxia da Via Láctea, esta coisa é enorme e extremamente verde, mas até hoje, ninguém pôde dizer o que está o iluminando. Os cientistas sugeriram que os buracos negros supermassivos que engoliam a matéria em galáxias dentro da região central do blob poderiam ser responsáveis, e agora a equipe por trás dessa nova descoberta suspeita que a mesma coisa está acontecendo com a nebulosa MAMMOTH-1.
A nebulosa MAMMOTH-1 foi encontrada por um levantamento chamado Mapeamento das Sobredensidades Mais Massivas Através do Hidrogênio (MAMMOTH), que também foi responsável por encontrar a Nebulosa Slug em 2014. O grupo de galáxias encontrado é maciço, hospedando uma concentração de galáxias em uma área de aproximadamente 50 milhões de anos-luz sendo todas ligadas pela gravidade. Várias hipóteses foram apresentadas para a forma como a nebulosa MAMMOTH-1 no coração deste grande aglomerado de galáxias ficou tão brilhante, mas as mais prováveis giram em torno de radiação ou descargas provenientes de algo chamado núcleo galáctico ativo (AGN).
AGNs são regiões compactas no centro de galáxias que têm uma luminosidade muito maior do que o normal. A equipe explica que os AGNs são mantidos por um buraco negro supermassivo que se alimenta ativamente de gás no centro de uma galáxia e são conhecidos por serem fontes de luz extremamente fortes. A radiação intensa emitida por AGNs ioniza o gás hidrogênio no espaço ao seu redor, e isso pode levar as ELANs a emitirem radiação Lyman-alfa.
Quasares, que são os objetos mais brilhantes do Universo, são conhecidos por serem os AGNs mais luminosos em luz visível, exceto que a nebulosa MAMMOTH-1 não está associada a um quasar, segundo os pesquisadores. “Ele tem todas as características de um AGN, mas não vemos nada em nossas imagens ópticas.
Eu espero que tenha um quasar tão obscurecido pela poeira que a maior parte de sua luz está escondida“, disse Prochaska. A equipe tem trabalhado na tentativa de detectar um único quasar a cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra, e até então, o mais brilhante ELAN conhecido continuará a ser um mistério cósmico.
[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]