Pesquisadores registram o que pode ser o nascimento de um planeta

de Merelyn Cerqueira 0

Astrônomos descobriram sinais de um planeta que está crescendo em torno de uma estrela a 176 anos-luz de distância.

 

Acredita-se que o gigante seja gelado e semelhante a Urano e Netuno. As observações foram feitas pelo telescópio ALMA, que mostrou uma lacuna no disco de poeira em torno da estrela.

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Nas últimas duas décadas, um grande número de novos planetas foi descoberto. No entanto, ainda não ficou claro para os astrônomos como exatamente os gigantes gelados se formam. Agora, eles esperam que a descoberta possa fornecer mais pistas para compreender as origens de vários tipos de plantas, segundo informações do jornal inglês Daily Mail.

 

A equipe de astrônomos, da Universidade de Ibaraki, no Japão, tem observado os movimentos do crescente planeta, localizado em torno da jovem estrela TW Hydrae. Utilizando o telescópio ALMA (Atacama Large Millimetre Array) – o observatório mais poderoso do mundo para a visualização do Universo –eles descobriram que, com base na distância da estrela central, o “planeta-bebê” pode ser na verdade um gigante de gelo.

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Estima-se que a estrela TW Hydrae tenha cerca de 10 milhões de anos de idade, sendo considerada uma das mais jovens próximas da Terra. Segundo o pesquisador David Wilner, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, que já havia estudado anteriormente a estrela, “TW Hydrae é muito especial”.

 

É o disco protoplanetário conhecido mais próximo da Terra e pode se assemelhar ao nosso Sistema Solar quando tinha apenas 10 milhões de anos”, disse. TW Hydrae é uma estrela anã laranja que está a 176 anos-luz da Terra, localizada na constelação de Hydra. Possui cerca de 80% da massa do Sol e sua proximidade nos favorece investigar mais sobre a formação dos planetas.

 

Estudos anteriores demonstraram que a estrela em questão está rodeada por um disco de pequenas partículas de poeira – ideal para a formação de planetas. Com base neste conhecimento, os pesquisadores japoneses observaram o disco com o telescópio utilizando duas frequências de rádio, o que permitiu-lhes estimar o tamanho dos grãos de poeira.

 

Os resultados mostraram que as partículas de pó de menor dimensão eram dominantes, enquanto que as maiores estavam ausentes na lacuna do disco. Logo, eles sugeriram que essa diferença tenha criado um planeta maciço. A interação gravitacional e a fricção empurraram as partículas maiores para fora, ao passo que as menores foram usadas para preencher a lacuna.

 

Com base na largura destas lacunas, cálculos realizados sugerem que a massa do planeta seja maior do que a de Netuno. “Combinado com o tamanho da órbita e brilho da estrela, o planeta pode ser considerado um gigante gelado semelhante e maior do que Netuno”.

 

Agora, os pesquisadores esperam poder realizar novas observações para entender melhor como o planeta está se formando.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]

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