Astrônomos investigam o exoplaneta Wolf 1061c, que teria potencial para abrigar vida

de Merelyn Cerqueira 0

Conhecido como Wolf 1061c, o exoplaneta, localizado a 14 anos-luz de distância da Terra, está posicionado dentro do que é chamado “zona habitável”, ou “zona de Goldilocks”.

 

Como contém condições certas para sustentar formas de vida – embora ainda possa ser extremamente quente – o planeta recentemente se tornou foco de pesquisadores da Universidade Estadual de São Francisco, nos EUA. O conceito de “Goldilocks” foi apresentado pela primeira vez em 1953, quando especialistas notaram a existência de uma área composta por diversos planetas, entre eles Kepler-186f, descoberto em 2014.

 

Em Astronomia, ele fala de uma região habitável do espaço composta por planetas que podem suportar água em estado líquido. Os limites de tal zona são considerados extremamente importantes. Se um planeta está muito próximo de sua estrela, ele experimentará gases de efeito estufa, semelhante ao que ocorre em Vênus e possivelmente o que está acontecendo com Wolf 1061c. Por outro lado, se o planeta estiver longe de sua estrela, a água existente ali congelará, como o que é visto em Marte.  

 

Acredita-se que o clima quente de Vênus, devido à proximidade com sua estrela, causou a evaporação da água líquida ali existente, aprisionando gases de efeito estufa dentro da atmosfera no processo. Isso, de fato, tornou ainda mais quente a já tórrida superfície do planeta. Logo, dada a posição de Wolf 1061c na zona habitável, próxima à borda interna, os cientistas acreditam que o mesmo pode estar acontecendo ali.

 

No entanto, devido à sua posição na zona e proximidade com a Terra, o exoplaneta se tornou um candidato atraente para estudos, pois tem possibilidade de abrigar vida, de acordo com o astrônomo Stephen Kane, da Universidade Estadual de São Francisco. No entanto, junto com uma equipe, ele observou que a órbita do exoplaneta muda a um ritmo muito rápido, o que poderia sinalizar a existência de um clima caótico. “Isso poderia tornar severa a frequência com que o planeta congela e aquece”, disse.

 

Ele afirmou que tal característica não exclui completamente a possibilidade de vida. Um cenário possível fala sobre escalas de tempo curtas relacionadas às mudanças de órbita que arrefecem o planeta. Considerando que nos próximos anos estaremos presenciando o lançamento de novos e poderosos telescópios espaciais, como o James Webb Space Telescope, os pesquisadores serão capazes de avaliar melhor as condições atmosféricas do exoplaneta para descobrir mais sobre a possibilidade de vida.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ] 

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