NASA detectou raios X de alta energia no espaço de origem desconhecida

de Merelyn Cerqueira 0

Um estudo financiado pela NASA resolveu recentemente um mistério de longa data sobre a origem dos raios X que permeiam o espaço em nosso Sistema Solar. No entanto, ao fazê-lo, os cientistas também descobriram um grupo inteiro de raios X de alta energia que pode ser explicado, de acordo com informações da Science Alert.

A descoberta, publicada recentemente no The Astrophysical Journal, veio a partir de uma análise de dados obtidos pela missão do foguete DXL, da NASA, que foi lançado em 2012 para resolver o mistério da emissão dos raios X de baixa energia no canto da galáxia. As emissões eram conhecidas por vir a partir do vento solar, mas, os cientistas também acreditavam que elas também poderiam ter sido originadas a partir do que é chamado Bolha Local – uma região teórica de gás quente que envolve nosso Sistema Solar.

“Nós mostramos que a contribuição de raios X a partir da troca de carga do vento solar é cerca de 40% no plano galáctico, e menor ainda em outros lugares”, disse o astrofísico Massimiliano Galeazzi, da Universidade de Miami. “Então, o resto dos raios X deve vir da bolha, o que prova que ela existe”.

No entanto, enquanto as conclusões sobre esta emissão podem ter sido resolvidas, um outro mistério cósmico surgiu. Quando a DXL decolou de White Sands Missile Range, no Novo México, em 2012, para pequenas missões de pesquisas curtas suborbitárias, fez leituras de emissões de raios X logo na atmosfera da Terra. Essa pequena janela já foi o suficiente para que seus instrumentos captassem algo que os cientistas não estavam esperando: evidências de raios X de alta energia que não estavam vindo dos ventos solares ou Bolha Local.

Depois que os cientistas tomaram conhecimento dos raios X de origem cósmica, na década de 1960, eles sabiam que as emissões tinham que ser produzidas localmente. Isso porque os níveis de gás neutro de nosso Sistema Solar significavam que estes raios X seriam absorvidos se emanados de uma fonte distante ou outras partes da galáxia. “Nós acreditávamos que cerca de 10 milhões de anos atrás, uma supernova explodiu e ionizou o gás quente da Bolha Local”, disse Galeazzi. “Mas, uma supernova não seria suficiente para criar uma cavidade tão grande e chegar a estas temperaturas – por isso, provavelmente, foram duas ou três supernova ao longo do tempo, uma dentro da outra”.

Os pesquisadores afirmaram que o vento solar gera pelo menos um quarto das emissões de raios X em níveis mais elevados de energia e a Bolha Local parece não ser a responsável também, já que a temperatura dela não é alta suficiente para produzir raios nesta faixa de energia. “Então, ficamos com uma pergunta aberta sobre a fonte desses raios X”, disse um dos pesquisadores Youaraj Uprety, de Middle Tennessee State University.

A boa notícia, no entanto, é que o sucessor do DXL, o DXL-2, que foi enviado ao espaço em dezembro do ano passado, pode dar à equipe de Galeazzi a chance de investigar novos dados a fim de resolver este mais novo mistério.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / NASA ]

Jornal Ciência