Suas fotos no Instagram podem revelar se você tem depressão

de Julia Moretto 0

Quando você tira uma foto e escolhe um o filtro para publicar no Instagram, não imagina que essa escolha diga muito sobre a sua personalidade ou estado de saúde.

Por incrível que pareça, um simples filtro pode significar muita coisa, inclusive se você está com depressão. Segundo um estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade de Vermont, um algoritmo consegue analisar álbuns de fotos no Instagram e identificar com 70% de precisão se o usuário possui a doença. Outros métodos tradicionais apresentam 50% de chance de acerto.

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Algumas pesquisas já usaram as atualizações de redes sociais como Twitter e Facebook para o diagnóstico. Porém, essa foi a primeira vez que uma plataforma de imagens é usada. 

Estudo

Para realizar a pesquisa, os cientistas entrevistaram e observaram as fotos de 175 funcionários da Amazon. Após responderem um questionário sobre depressão, eles foram divididos em dois grupos: os que tinham ou apresentavam sinais da doença e os que não tinham.  

O próximo passo foi analisar 100 fotos publicadas no Instagram pelos voluntários. Foram levados em conta a coloração, saturação e o número de rostos em cada imagem. De acordo com esse resultado, foi criado o algoritmo capaz de estabelecer a conexão entre a saúde mental e as imagens publicadas nas redes sociais.

Fatores estudados

Os cientistas descobriram que pessoas com depressão utilizam tons azulados, escuros ou cinzentos. Eles também dificilmente postam fotos sem filtro. Já os participantes que não apresentam indícios da doença, postam fotos com cores mais vivas.

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O número de pessoas na imagem também ajudou o grupo de pesquisadores a identificar os usuários com a doença. Com ajuda de um programa de reconhecimento facial desenvolvido na pesquisa, os cientistas concluíram que pessoas depressivas postam mais fotos de outras pessoas, paisagens, objetos ou animais. Já os voluntários saudáveis, mostravam grande quantidade de rostos nas fotos, com grupos maiores de amigos.

Outro fato curioso que chamou a atenção dos estudiosos, foi a análise do engajamento dos participantes nas redes sociais. Segundo a pesquisa, pessoas que postam mais fotos são as que apresentam sintomas de depressão, apesar do estudo com base no engajamento não ser tão confiável quanto o algoritmo baseado em cores. O estudo também mostrou que quanto mais comentários uma imagem recebia, mais chances ela tinha de ter sido postada por uma pessoa com depressão, o que é completamente oposto em relação às curtidas.

Embora o resultado ainda não possa ser usado como forma infalível para a detecção da depressão, os pesquisadores esperam que esse seja o primeiro passo para a criação de formas mais eficazes de diagnóstico. A sua utilização pode trazer grandes benefícios quando em conjunto com profissionais especializados.   

[ Fusion ] [ Fotos: Reprodução / Fusion / Pixabay ]

Jornal Ciência