NASA pesquisa a propulsão fotônica que levaria o homem a Marte em apenas 3 dias

de Bruno Rizzato 0

Tecnologia que aproveita o poder da luz poderia ser a chave para reduzir o tempo de viagem a Marte – que leva anos – para apenas uma questão de dias.

Um grupo de físicos na Califórnia, EUA, está trabalhando na construção de uma nave espacial que poderia levar os seres humanos às estrelas mais próximas do nosso Sistema Solar. A tarefa não é realizável com a tecnologia de propulsão atual. A resposta pode estar no que é conhecido como “propulsão fotônica”, uma técnica que utiliza a luz de lasers para produzir empuxo.

O professor Phillip Lubin e sua equipe, da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, estão trabalhando no programa Directed Energy Interstellar Precursors (Deep-In), que visa à criação de sondas capazes de atingir velocidades relativistas e viajar para as estrelas mais próximas. A velocidade relativista é uma proporção significativa da velocidade da luz. “Nós sabemos como chegar a velocidades relativistas em laboratório, fazemos isso o tempo todo. Quando tentamos levá-la ao nível macroscópico, como aviões, carros e aparelhos espaciais, ela passa a ser pateticamente lenta”, disse Lubin ao simpósio da NASA National Innovative Advanced Concepts (Niac).

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Professor Lubin pretende resolver a lacuna usando a tecnologia de propulsão fotônica. A teoria é simples: o impulso de fótons emitidos a partir de uma matriz de laser pode ser utilizado para a propulsão de uma nave espacial. Todas as naves espaciais operam ao disparar seu propulsor na direção oposta à que pretendem viajar. Tradicionalmente, esse propulsor é o combustível e tem de ser transportado a bordo da nave espacial, tornando-a mais pesada e diminuindo a velocidade. No lugar disso, a propulsão fotônica usa uma matriz de lasers que não acrescenta massa na nave espacial, a não ser a do próprio laser. Isso permite que ela acelere por mais tempo e atinja velocidades mais elevadas. Em teoria, isso deve ajudar aeronave a alcançar velocidades relativistas.

Nós poderíamos impulsionar uma aeronave de 100 kg a Marte em poucos dias. Hoje, isso levaria cerca de um mês”, disseram os pesquisadores. O projeto – que deve ser construído em 2018 – pretende levar astronautas na nave espacial Orion, a um asteroide colocado em órbita lunar, e, como objetivo final, a Marte. O professor acrescentou que a tecnologia é “totalmente escalável” e poderia ser usada tanto em pequenas quanto em grandes naves espaciais.

Uma outra tecnologia chamada EM Drive trata-se de um motor livre de combustível que poderia levar seres humanos a Marte em apenas 10 semanas. A EM Drive cria impulso liberando micro-ondas em torno de uma câmara fechada, usando apenas a energia solar.

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A equipe do professor Lubin está considerando criar uma nave espacial capaz de transportar humanos, ou seja, em teoria, astronautas poderiam viajar a velocidades superiores a um décimo da velocidade da luz. Ao se aproximar de velocidades relativistas, os efeitos descritos pela Teoria da Relatividade de Einstein iriam começar a incidir sobre a nave. A relação de espaço-tempo seria reduzida para os seres humanos a bordo desses veículos espaciais, fazendo-os envelhecer mais lentamente.

A relatividade geral descreve o conceito de dilatação do tempo, sugerindo que quanto mais rápido você viajar, mais o tempo parece ser abrandado. Portanto, a propulsão fotônica não é um conceito novo, segundo o professor Lubin, pois faz uso do conceito de luz, tanto de forma mecânica clássica, quanto quântica. “Einstein descreveu a mecânica clássica e quântica como ‘duas imagens contraditórias da realidade’. Separadamente, nenhuma delas explica totalmente os fenômenos da luz, mas, juntas elas conseguem”, concluiu Lubin.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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