Homem descobre câncer de pâncreas após ter fezes boiando e coceira nos pés

de Merelyn Cerqueira 0

Chris Davey, um homem de 59 anos, de Bristol, Inglaterra, procurou ajuda médica após perceber mudanças em suas fezes que começaram a boiar. Além disso, sentia forte coceira nas mãos e nos pés, além de olhos amarelados. 

Após ser avaliado por um médico especialista, foi diagnosticado com câncer de pâncreas. Como a doença, que na maioria das vezes é letal, foi identificada de maneira precoce, ele conseguiu passar por uma cirurgia, algo que só acontece em 10% dos pacientes.

Logo após ser diagnosticado, Chris passou por uma operação de oito horas para retirar meticulosamente o câncer. O procedimento foi seguido de meses de quimioterapia para manter a doença sob controle.

Os sintomas começaram com fortes desconfortos sentidos nos pés e mãos, seguido de mudanças nas fezes, que estavam sem cor, boiando na água e possuíam um cheiro incomum, de acordo com entrevista dada ao jornal britânico Daily Mail.

Chris Davey descobriu o câncer pouco antes do casamento de sua filha, Lisa Ball, 34.

Davis ficou chocado após receber os resultados da ressonância magnética, pois sempre cuidou da sua saúde, fazia exercícios físicos e bebia álcool esporadicamente em encontros sociais.

Anos após o término do tratamento depois de seu diagnóstico inicial em 2016, Chris está aumentando a conscientização sobre a doença divulgando seu caso. Ainda não existe teste de triagem para câncer de pâncreas e quase sempre pega os pacientes de surpresa, sendo na maioria dos casos, impossível curar.

A cirurgia é a única cura possível para o câncer de pâncreas, mas menos de 10% dos pacientes podem fazer a operação. Isso ocorre porque no momento em que normalmente as pessoas são diagnosticadas, é tarde demais para fazê-la, uma vez que o câncer se espalhou para outros órgãos.

A operação consiste em remover o tumor e a “cabeça” do pâncreas, de modo que isso o impeça de se espalhar para outros órgãos. Devido à maneira como os vasos sanguíneos são compartilhados, os cirurgiões também devem remover parte do ducto biliar, vesícula biliar, parte do intestino delgado e estômago, antes de reconectar o que resta para permitir a digestão normal dos alimentos e funções corporais.

Chris, que ainda está sendo monitorado regularmente em busca de sinais de câncer, refere-se a si mesmo como um “homem de sorte”, por ter descoberto a doença em um estágio tão inicial, o que o tornou possível a cirurgia.

Hoje, Chris se aventura pela vida e se sente agradecido por ter tido uma nova chance.

Câncer pancreático: sintomas e estatísticas

De acordo com a Pancreatic Cancer UK, o câncer de pâncreas geralmente não causa sinais ou sintomas nos estágios iniciais, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Somente quando começa a crescer que podem aparecer os primeiros sintomas, que variam entre as pessoas.

Os mais comuns incluem: dor abdominal e nas costas, perda de peso, indigestão, perda de apetite, alterações nos hábitos intestinais – incluindo esteatorreia (fezes claras e mal cheirosas que podem flutuar), diarreia (fezes aquosas soltas) ou constipação (problemas para evacuar os intestinos), icterícia (pele e olhos amarelos, urina escura e comichão na pele), problemas de diabetes, náusea, vômito, dificuldade de engolir, cansaço extremo, febre, tremores e coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda).

Considerado a forma de câncer que mata mais rápido, 1 em cada 4 diagnosticados morre dentro de um mês, enquanto 3 em cada 4 morrem em um ano. Há boas evidências de que elementos como idade, tabagismo, excesso de peso, histórico da doença na família, pancreatite e diabetes possam aumentar o risco de câncer no pâncreas.

Outras evidências sugerem que o álcool, carne vermelha e processada, alguns grupos sanguíneos, cálculos biliares ou cirurgia da vesícula biliar, também estejam relacionados com o aumento da probabilidade de desenvolver câncer do pâncreas.

Jornal Ciência