Chris Davey, um homem de 59 anos, de Bristol, Inglaterra, procurou ajuda médica após perceber mudanças em suas fezes que começaram a boiar. Além disso, sentia forte coceira nas mãos e nos pés, além de olhos amarelados.
Após ser avaliado por um médico especialista, foi diagnosticado com câncer de pâncreas. Como a doença, que na maioria das vezes é letal, foi identificada de maneira precoce, ele conseguiu passar por uma cirurgia, algo que só acontece em 10% dos pacientes.
Logo após ser diagnosticado, Chris passou por uma operação de oito horas para retirar meticulosamente o câncer. O procedimento foi seguido de meses de quimioterapia para manter a doença sob controle.
Os sintomas começaram com fortes desconfortos sentidos nos pés e mãos, seguido de mudanças nas fezes, que estavam sem cor, boiando na água e possuíam um cheiro incomum, de acordo com entrevista dada ao jornal britânico Daily Mail.

Davis ficou chocado após receber os resultados da ressonância magnética, pois sempre cuidou da sua saúde, fazia exercícios físicos e bebia álcool esporadicamente em encontros sociais.
Anos após o término do tratamento depois de seu diagnóstico inicial em 2016, Chris está aumentando a conscientização sobre a doença divulgando seu caso. Ainda não existe teste de triagem para câncer de pâncreas e quase sempre pega os pacientes de surpresa, sendo na maioria dos casos, impossível curar.
A cirurgia é a única cura possível para o câncer de pâncreas, mas menos de 10% dos pacientes podem fazer a operação. Isso ocorre porque no momento em que normalmente as pessoas são diagnosticadas, é tarde demais para fazê-la, uma vez que o câncer se espalhou para outros órgãos.
A operação consiste em remover o tumor e a “cabeça” do pâncreas, de modo que isso o impeça de se espalhar para outros órgãos. Devido à maneira como os vasos sanguíneos são compartilhados, os cirurgiões também devem remover parte do ducto biliar, vesícula biliar, parte do intestino delgado e estômago, antes de reconectar o que resta para permitir a digestão normal dos alimentos e funções corporais.
Chris, que ainda está sendo monitorado regularmente em busca de sinais de câncer, refere-se a si mesmo como um “homem de sorte”, por ter descoberto a doença em um estágio tão inicial, o que o tornou possível a cirurgia.

Câncer pancreático: sintomas e estatísticas
De acordo com a Pancreatic Cancer UK, o câncer de pâncreas geralmente não causa sinais ou sintomas nos estágios iniciais, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Somente quando começa a crescer que podem aparecer os primeiros sintomas, que variam entre as pessoas.
Os mais comuns incluem: dor abdominal e nas costas, perda de peso, indigestão, perda de apetite, alterações nos hábitos intestinais – incluindo esteatorreia (fezes claras e mal cheirosas que podem flutuar), diarreia (fezes aquosas soltas) ou constipação (problemas para evacuar os intestinos), icterícia (pele e olhos amarelos, urina escura e comichão na pele), problemas de diabetes, náusea, vômito, dificuldade de engolir, cansaço extremo, febre, tremores e coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda).
Considerado a forma de câncer que mata mais rápido, 1 em cada 4 diagnosticados morre dentro de um mês, enquanto 3 em cada 4 morrem em um ano. Há boas evidências de que elementos como idade, tabagismo, excesso de peso, histórico da doença na família, pancreatite e diabetes possam aumentar o risco de câncer no pâncreas.
Outras evidências sugerem que o álcool, carne vermelha e processada, alguns grupos sanguíneos, cálculos biliares ou cirurgia da vesícula biliar, também estejam relacionados com o aumento da probabilidade de desenvolver câncer do pâncreas.