Cobra devora um marsupial por inteiro no interior da Austrália

de Merelyn Cerqueira 0

A natureza certamente não está nem um pouco cansada de nos surpreender com sua beleza e brutalidade. No entanto, não estávamos preparados para as imagens publicadas recentemente no Facebook por um morador de Queensland, na Austrália.

Elas mostram o momento em que uma enorme cobra é vista devorando por completo um wallaby, um marsupial da família dos cangurus.De acordo com informações da Science Alert, as imagens foram registradas por Bernie Worsfold, que deu de cara com a cena e até chegou a tentar resgatar o animal. No entanto, ao envolver o corpo em torno da presa, a cobra, de alguma forma, conseguiu engoli-lo por completo.

As imagens foram compartilhadas mais de 27 mil vezes desde a publicação, deixando muitos usuários aterrorizados. De acordo com Henry Kacprzyk, curador de répteis do zoológico de Pittsburgh, nos EUA, em entrevista à Science Alert, trata-se de uma Morelia amethistina, considerada uma das seis maiores do mundo. Ele estimou que o espécime em questão teria cerca de quatro metros de comprimentos, embora haja relatos de que algumas cresçam até seis ou sete metros.

Geralmente, a dieta da espécie é composta por pássaros, ratos, gambás, ou outros pequenos mamíferos. Porém, às vezes, elas selecionam wallabys mais jovens ou menores para uma refeição particularmente grande. Fiquei fascinado com isso porque já vi cobras maiores, mas esta, sua cabeça era do tamanho de uma mão e quando sua boca se abre, sua mandíbula é do tamanho do wallaby”, disse Worsfold ao Brisbane Times. “Foi uma coisa muito fascinante ver os músculos de seu corpo engolindo o wallaby, enquanto sua outra metade espremia a refeição”.

De acordo com ele, o processo todo demorou várias horas, até que a cobra finalmente terminou de engolir o animal e deslizou para dentro do mato circundante. Todo o evento só foi possível porque – e indo na contração da crença popular de que os répteis não são capazes de deslocar as mandíbulas – as cobras possuem ligamentos extremamente elásticos na boca, o que permite tal abertura.

De acordo com o professor de Biologia, Patrick T. Gregory, da Universidade de Victoria, Canadá, um dos mitos persistentes sobre os mecanismos de alimentação das serpentes é a ideia de que as mandíbulas delas se separam. “Na verdade, elas permanecem conectadas o tempo todo”, disse ele em entrevista à Live Science em 2012. “As duas mandíbulas não estão unidas na frente por uma sínfise rígida, como a nossa, mas por um ligamento elástico que lhes permite se separar”.

Logo, após sufocar uma presa, a cobra é capaz de esticar a boca em torno dela para gradualmente envolvê-la. Uma vez dentro do estômago, o sistema digestivo do animal começa a trabalhar a todo o vapor. Esse sistema costuma se desligar entre as refeições, mas depois que a presa é engolida, o metabolismo da serpente trabalha muito, fazendo com que os órgãos aumentem em três ou quatro vezes o tamanho normal, à medida que liberam enzimas para ajudar na digestão.

Isso significa que pelos próximos dias – e semanas -, enquanto ela digere a refeição, seu corpo permanecerá grande até que o processo seja finalizado. Durante esse período, a cobra fica praticamente imobilizada, e por isso costuma se esconder de potenciais predadores.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

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