Cabine telefônica no Japão permite que pessoas “falem” com os mortos

de Gustavo Teixera 0

A morte de alguém próximo é sempre algo que abala uma pessoa. Sentir que não poderá ver e falar com algum ente querido é angustiante. Mas, no Japão uma cabine permite que as pessoas falem com os mortos.

Em 2011, um Tsunami devastou o país e mais de 15 mil pessoas morreram em um dos desastres naturais mais trágicos da História. Em uma colina em Otsuchi, no Japão, existe uma cidade onde morreram cerca de 800 pessoas neste incidente. Mas, em uma tentativa de reconfortar os familiares dessas vítimas, foi construída uma cabine telefônica chamada “Telefone dos Ventos”, que conecta com os parentes falecidos.

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A cabine está localizada num lugar muito calmo e possui uma bela vista para o Oceano Pacífico. No “Telefone dos Ventos” a pessoa entra na cabine para tentar entrar em contato com algum espírito. E apesar de ser isolada e não ter nenhuma linha de telefone conectada, a pessoa conversa e joga palavras ao vento com a esperança de ser ouvido pelos entes falecidos. Mesmo que talvez não obtenham nenhuma resposta, a cabine é uma boa forma de as pessoas se consolarem.

No entanto, existem relatos que as pessoas já foram respondidas pelos familiares perdidos. O criador do “Telefones dos Ventos” foi Itaru Sasaki após perder seu primo em incêndio em 2010. “Eu queria a manter contato com ele enquanto tentava lidar com a dor deixada pela sua partida. Meus pensamentos não podem ser transmitidos através de uma linha telefônica normal, queria que eles pudessem ser levados pelo vento”, disse Sasaki.

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Mesmo tendo sido construída um ano antes do desastre, ela serviu para confortar muitas pessoas. Existe uma história que uma avó que levava seus netos à cabine telefônica todo dia para dizerem algumas palavras ao marido que havia perdido. Após um tempo, a avó disse que coisa boas aconteciam em casa, e a vida da família teve muitos progressos. “Acho que vovô ouviu nossas ligações”, disseram eles.

Um outro morador da cidade que utiliza o “Telefone dos Ventos” todos os dias diz que ficou muito mais tranquilo após começar a falar na cabine:“Eu não posso ouvi-lo, mas basta falar no telefone que eu sei que ele vai me ouvir. Assim, eu posso viver”, disse. Segundo Itaru, a esperança de os sentir por perto os mantém firmes: “Não importa quão difícil seja a perda, a esperança faz com que valha a pena viver”.

Fonte: Super Curioso Fotos: Reprodução / Super Curioso

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