Tricotilomania: transtorno compulsivo faz com que pessoas comam os próprios cabelos

de Merelyn Cerqueira 0

Algumas pessoas simplesmente sentem um desejo incontrolável de arrancar e comer os fios de cabelos ou pelos do corpo. Tal hábito é tratado como um transtorno compulsivo conhecido como Tricotilomania.

Geralmente, os cabelos são arrancados por elas em momentos de estresse, para alívio imediato da tensão muitas vezes causada por ambientes de trabalho e vida pessoal.

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É comum esses indivíduos possuírem falhas capilares, que por sua vez são prejudiciais à autoestima. Como consideram uma questão constrangedora, eles costumam negar o transtorno, e alguns chegam até mesmo esconder as evidências com chapéus, lenços, cílios e sobrancelhas falsos.

Ainda não se sabe ao certo como a condição se desenvolve. Acredita-se que ela tenha relação com anatomia cerebral, mais precisamente em regiões responsáveis pelos estados de emoção, movimento, criação de hábitos e controle de impulsos. Há ainda a ideia de que a Tricotilomania esteja relacionada com depressão e transtornos de ansiedade.

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Comumente os sintomas aparecem logo na adolescência. Não há exames específicos que diagnostique a condição, no entanto, isso pode ser feito através de perguntas e avaliações médicas. O tratamento geralmente é feito por terapias cognitivo-comportamentais, que basicamente com o objetivo de ajudar a pessoa a substituir hábitos antigos por novos.

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Alguns pacientes ainda podem obter resultados positivos por meio de medicamentos inibidores de serotonina, representados pela classe dos antidepressivos. Contudo, há de se lembrar que independente da forma de tratamento escolhida, é essencial que ela seja feita por meio de auxílio médico.

Com o passar do tempo a tricotilomania pode causar infecções e irritações na pele; desconforto no estômago, em razão da deglutição dos fios; e perda permanente de cabelo. Todos esses fatores podem comprometer a autoestima da pessoa, que terá uma percepção corrompida de sua imagem e poderá desenvolver problemas de convívio social.

Não há como prevenir o surgimento do transtorno, mas, há quem sugira que tentar controlar o estresse e ficar atento aos momentos de tristeza e ansiedade pode ajudar a evitá-lo.

[ The Guardian / BFRB ] [ Fotos: Reprodução / BFRB / Wikimedia / Wikimedia ]

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