A onda de calor sem precedentes, que consome a Europa Ocidental há uma semana, já matou mais de 1.100 pessoas, de acordo com dados oficiais da Espanha e Portugal.
De acordo com o portal Axios, a onda de calor pode durar várias semanas e o número oficial de mortos ser maior, já que alguns países ainda não divulgaram a lista das vítimas.
Milhares de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas por incêndios florestais na França, Espanha e Portugal.
Nesta terça-feira (19/07), o Reino Unido bateu seu recorde de temperatura mais alta já registrada, com 40,2ºC no Aeroporto de Heathrow, em Londres, de acordo com o serviço meteorológico Met Office.
Esta é a primeira vez que o Reino Unido alcança temperaturas tão elevadas, o que é especialmente preocupante porque as casas, serviços de transporte e lojas não são preparadas ou equipadas com ar-condicionado para suportar altas temperaturas.
Estima-se que apenas 3% das casas no Reino Unido têm ar-condicionado. Isso é especialmente perigoso e pode ser fatal para idosos e grupos vulneráveis com problemas de saúde sem acesso a nenhum sistema de refrigeração.
“Eu não esperava ver isso na minha carreira, mas o Reino Unido acaba de ultrapassar os 40ºC. Para mim, é um lembrete real de que o clima mudou e continuará mudando”, disse Stephen Belcher, chefe de ciência e tecnologia do Met Office, do Reino Unido.
O calor interrompeu viagens aéreas no London Luton Airport, já que parte da pista do aeroporto “derreteu” e precisou de reparos pelos graves danos. Transportes ferroviários também paralisaram, pela dilatação do metal dos trilhos.
Stephen Belcher ressaltou ainda que o recorde de temperatura ocorreu também durante a madrugada, com temperaturas noturnas acima dos 25ºC.
Na última sexta-feira (15/07), o Met Office do Reino Unido emitiu seu primeiro “alerta vermelho de calor extremo”, indicando uma emergência nacional devido ao risco real de “doenças graves ou perigo de vida”.
Acredita-se que o número de mortos é superior aos 1.100 divulgados, já que França e Reino Unido não emitiram os números de vítimas, até o momento.
Os cientistas são claros ao relacionar que as temperaturas escaldantes são motivadas pelas mudanças climáticas que muitos ignoram como fator-chave. Estudos mostram que as ondas de calor estão ficando mais quentes do que deveriam nos últimos anos, além de mais frequentes e com maior duração.
Fonte(s): Axios / Axios / The Sun Imagens: Reprodução / The Sun