A quimioterapia, que surgiu durante o período da Segunda Guerra e nos Estados Unidos, é um dos tratamentos mais importantes que temos para combater o câncer, de acordo com o médico cancerologista, Dr. Auro Del Giglio – professor de Oncologia e Hematologia na Faculdade de Medicina do ABC, São Paulo – em entrevista ao site de Drauzio Varella. Segundo ele, o método surgiu enquanto as pessoas que trabalhavam em pesquisas relacionadas ao gás mostarda, começaram a notar alterações nos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas, além de anemia.

Isso teria chamado atenção dos cientistas porque havia uma série de doenças associadas ao câncer que evoluíam de acordo com o aumento dos glóbulos brancos (leucócitos) e queda dos vermelhos (hemácias). O gás mostarda, então, teria sido o primeiro tratamento quimioterápico capaz de destruir as células tumorais e abriu as portas para outras formas do procedimento. Contudo, elas vieram acompanhadas de efeitos colaterais, incluindo o surgimento de aftas, enjoos, vômitos, diarreias, diluição das células sanguíneas e, é claro, a queda dos cabelos.

De acordo com o médico, como a quimioterapia age diretamente nas células tumorais – que se reproduzem rapidamente – acaba afetando outras células de crescimento acelerado, ou seja, os cabelos.

No entanto, há diferentes tipos de drogas utilizadas nesses tratamentos e nem todas elas provocam a queda. Há que não experimente qualquer perda, enquanto outros podem acabar perdendo todos os pelos do corpo.

Geralmente, a queda ocorre de forma gradual, e os cabelos e pelos voltam a crescer dentro de duas a três semanas após o início do tratamento. Em casos raros, são necessários medicamentos específicos para ajudar a retomar esse crescimento, tudo dependerá da susceptibilidade do paciente, de acordo com informações da Cancer Research UK.

Segundo Giglio, outro efeito bem comum no tratamento é o ganho de peso. As mulheres em tratamento de câncer de mama podem ganhar até um quilo por ciclo de quimioterapia, que varia de acordo com a necessidade do paciente, podendo durar uma semana, 21 ou 28 dias.

[ Drauzio Varella / Câncer ] [ Foto: Reprodução ]

Jornal Ciência