O comércio ilegal do marfim é um dos mais lucrativos do mundo, devido ao alto valor do material. Alguns piratas russos encontraram uma forma de tentar lucrar com isso: eles estão desenterrando – do gelo acumulado há milhões de anos – presas de mamutes que contêm quantidades enormes de marfim.
Em regiões da Sibéria, mais precisamente ao longo da região do rio Yakutia, eles trabalham na busca por esses tesouros, e como é uma região afastada, não há muitos problemas com a polícia.
O fotógrafo neozelandês, Amos Chapple, passou três semanas registrando esse mundo ilegal e repleto de vodca. Segundo ele, as presas de mamute são vendidas por cerca de 34.000 dólares – aproximadamente 109.000 reais – mas, dependendo do tamanho da peça, o valor pode chegar a milhões de dólares.
Mamutes são animais pré-históricos, que há centenas de milhares de anos ele viviam no Hemisfério Norte. E os piratas russos se aventuram em acampamentos, sob temperaturas congelantes e risco de ataques de ursos na procura dessas valiosas presas. Eles cavam o permafrost ou pergelissolo, que é o tipo de solo encontrado na região do Ártico. Mas nem sempre encontram as presas: às vezes encontram apenas restos mortais e ossos de mamutes.
Os caçadores utilizam uma bomba de água que alimenta uma mangueira de alta pressão, e segundo Chapple, a atividade exige muito trabalho duro e pesado.
Como passam muito tempo confinados nesse deserto gelado, os piratas levam um carregamento grande de vodca e se embebedam exageradamente quando não estão procurando por presas de marfim.
Segundo o fotógrafo, essa caça, além de ser ilegal, desestabiliza o ecossistema local, prejudicando muito o meio ambiente: “O rio correu como chocolate quente e os peixes foram embora. Se este método de extração das presas continuar a se espalhar, o ecossistema está ferrado”, finalizou Chapple.
[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]