Cientistas da Escola de Ciências Marinhas e Atmosféricas da Universidade de Miami, nos EUA, analisaram os movimentos do solo, medidos por dados de satélite e por GPS, e modelaram o fluxo de magma no interior do vulcão. Além disso, descobriram também o que poderia ou não desencadear a próxima grande erupção do Mauna Loa.
Um terremoto de apenas 6 graus na escala Richter já seria suficiente para desencadear uma erupção no maior vulcão do planeta, disse o principal autor do estudo, Bhuvan Varugu, em entrevista ao SciTechDaily.
A equipe descobriu que entre os anos de 2014 e 2020, mais de 11 quilômetros quadrados de magma “deslizaram” para um novo local na câmara do vulcão, o que ocorre de acordo com grandes pressões sofridas.
Estas mudanças na estrutura do magma não foram medidas anteriormente. Aliadas aos fluxos de lava na superfície e às mudanças no solo ao longo da falha em que o vulcão está localizado, estes “deslizamentos” internos de magma mudam a forma do vulcão e, por consequência, aumentam as probabilidades do grande Mauna Loa entrar em uma imensa erupção.
“Um terremoto pode mudar todo o jogo. O evento libertaria gases do magma comparáveis a sacudir uma garrafa de refrigerante, produzindo pressão e flutuabilidade adicionais o suficiente para quebrar a rocha acima do magma”, alerta Fakl Amelung, professor do Departamento de Geociências Marinhas da Universidade de Miami.

Existem incertezas
Embora o estresse exercido ao longo da falha seja conhecido, a magnitude do terremoto também dependerá do tamanho da falha. Além disso, não há dados de satélite disponíveis para determinar os movimentos anteriores a 2002.
Com 9 quilômetros de altura da base no fundo do mar até ao cume, Mauna Loa é o maior vulcão da Terra e está sob uma carga topográfica considerada “bastante pesada”.
As erupções recentes indicam a importância de um alerta precoce dado que, em 1950, a lava de uma erupção do vulcão atingiu a costa em apenas três horas. Esse evento geológico, e outra grande erupção em 1984, ocorreram justamente após terremotos. O artigo científico foi publicado na Scientific Reports.
Fonte(s): ZAP / SciTechDaily Imagens: Reprodução / Shutterstock