Cientistas afirmam finalmente ter descoberto o que causou a maior erupção vulcânica da História

de Merelyn Cerqueira 0

Toba, um supervulcão localizado na Indonésia é conhecido por ter produzido uma catastrófica erupção que devastou a região há 73 mil anos.

 

Tida como a maior erupção vulcânica da História, ela cobriu com 2.800 quilômetros cúbicos de cinzas toda a área circundante, causando também enormes quantidades de chuvas na Indonésia e Índia. No entanto, as causas do incidente ainda eram desconhecidas, até que, em um novo estudo publicado na Scientific Reports, cientistas disseram tê-las descoberto, de acordo com informações da Business Insider.

 

Os chamados “supervulcões” são nomeados como tal por que às vezes causam impactos capazes de causar alterações climáticas em nível global. No entanto, como exatamente as enormes quantidades de magma são criadas e por que são expulsas tão violentamente são dúvidas que há muito intrigam os cientistas.

 

Ao que sabemos, os vulcões entram em erupção por causa de densidade e pressão, uma vez que, geralmente, é dessa forma que a Terra consegue liberar o excesso de calor. No entanto, o que inicia isso ainda é um mistério. Um grupo de pesquisadores internacionais comandado pela Universidade de Uppsala, na Suécia, disse ter encontrado a resposta em minúsculos cristais de quartzo embutidos na cinza vulcânica e pedras.

 

Segundo eles, como os cristais crescem no magma, são capazes de registrar mudanças químicas e termodinâmicas antes de uma erupção – algo muito semelhante aos anéis vistos no interior do tronco de uma árvore. Quando as condições do magma mudam, os cristais respondem produzindo zonas de crescimento distintas que registram essas mudanças”, explicou o principal autor do estudo, David Budd, da Universidade de Uppsala.

 

O problema, no entanto, é que cada “anel de árvore” do cristal possui apenas alguns micrômetros de tamanho, por isso são extremamente difíceis de serem analisados. Dessa forma, ao estudar o quartzo encontrado em Toba, os pesquisadores descobriram que havia uma certa diferença na composição e peso da parte externa dos cristais em comparação ao interior. Enquanto que ao redor eram mais pesados e continham uma forma de oxigênio chamada 18O, no interior havia uma forma mais leve, o 16O.

 

Logo, os autores do estudo consideraram que a proporção sugeria que algo no sistema magmático havia mudado drasticamente pouco antes da erupção. Eles acreditam que quando o magma derreteu, levou consigo um grande volume de rochas próximas que possuíam a mesma proporção.

 

Esse tipo de rocha também, em muitas das vezes, contém grandes quantidades de água, que podem ser liberadas no magma, produzindo vapor e, portanto, um aumento da pressão do gás dentro da câmara de magma”, explicou Frances Deegan, outra autora do estudo. Segundo ela, esse aumento rápido de pressão permitiu que o magma rompesse a crosta se sobrepondo e se espalhando para milhares de quilômetros cúbicos pela atmosfera.

 

Felizmente, supervulcões como Toba raramente entram em erupção, mas, quando o fazem, são medidos pelo chamado Índice de Explosividade Vulcânica (IEV), sendo IEV 7 e 8 os mais poderosos. A erupção de Toba, em particular, foi considerada tão colossal que chegou perto de acabar com toda a humanidade. Agora, é apenas uma questão de “quando” – e não “se” – para isso ocorrer novamente.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

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