Até onde você seria capaz de ir para fugir de uma dívida? Embora muitas pessoas possam dar inúmeras respostas inusitadas para esta pergunta, certamente se fingir de morto não é algo “razoável” ao correr de uma conta a ser paga.
Este foi o caso de Liza Dewi Pramita, uma mulher da Indonésia que decidiu “morrer” e registrar em fotos provas de seu “cadáver” para fugir de uma dívida de 4,2 milhões de Rupias Indonésias — algo equivalente a R$ 1.400.
Após “morrer”, Liza fez com que sua filha registrasse sua aparência mórbida com algodões no nariz e pediu que postasse as imagens no Facebook, para que a dona da dívida pudesse ver e parar com as cobranças.
Segundo a credora, Maya Gunawan, Liza havia pedido a prorrogação do empréstimo por não ter condições financeiras de pagá-lo. Mas, quando o novo prazo estava prestes a expirar, decidiu bolar um plano para anunciar no Facebook sua “trágica morte”.
Maya Gunawan emprestou os 4,2 milhões de Rupias Indonésias porque conhecia Liza de um grupo de WhatsApp chamado Arisan — um tipo de “loteria informal” muito famosa na Indonésia.
Os membros do grupo Arisan depositam pequenas quantias, todos os meses, e um membro do grupo recebe o valor total em um mês específico.
Como todos os membros do grupo, em algum momento, acabam recebendo o valor total do acúmulo de todos os outros, é considerado um tipo de investimento popular, mesmo sendo informal via WhatsApp.
Maya nunca conheceu Liza pessoalmente, mas quando ela pediu o empréstimo, buscou entre os membros do grupo Arisan informações sobre sua reputação e todos diziam que era boa pagadora.
“Perguntei no grupo do WhatsApp e amigos me recomendaram fazer o empréstimo”, disse Maya em entrevista ao jornal local Tribun Medan, em reportagem postada no último sábado (24/12).
Então, Maya emprestou o dinheiro, desde que fosse pago até 20 de novembro. Liza não cumpriu o prazo e, ao ser confrontada, alegou ter tido problemas para conseguir o dinheiro e pediu prorrogação até 6 de dezembro.
Então, Liza parou de responder às mensagens. Foi quando colocou em prática o plano de “morte falsa”, anunciada no Facebook em 11 de dezembro. Maya Gunawan ficou chocada ao saber que o motivo de Liza não atender suas ligações era por estar “morta”.
A filha de Liza foi ao Facebook anunciar que a mãe havia morrido tragicamente, em um acidente de carro em uma ponte da cidade de Medan, nas redondezas de onde vivem, no norte de Sumatra, uma das maiores ilhas da Indonésia.
Para tornar a história ainda mais verídica, a filha postou fotos do corpo da mãe com os olhos fechados e com pedaços de algodão no nariz, além de uma maca com equipe de saúde empurrando seu “cadáver” coberto com lençóis brancos.
A princípio, Maya ficou triste com a morte de Liza, e decidiu esquecer a dívida e não cobrar de seus parentes, mas alguns detalhes não se encaixavam e chamou sua atenção.
“Havia muitas coisas estranhas. É por isso que na época, de alguma forma, eu não consegui acreditar imediatamente. Quando liguei para o marido dela para fazer uma videochamada, ele não quis desligar imediatamente”, disse Maya ao Indonesia Posts English.
A filha anunciou que o sepultamento ocorreria bem longe da cidade, em outro bairro, uma distância tão grande que levantou suspeitas e fez Maya se questionar sobre o que estaria acontecendo.
Ao pegar as imagens e pesquisar no Google, Maya descobriu que todas as fotos que não mostravam o rosto de Liza, foram retiradas da internet para encenar sua morte.
Foi então que Maya confrontou Najwa Almira Ginting, filha de Liza. A pré-adolescente não conseguiu sustentar a farsa comandada por sua mãe e contou toda a verdade. Desde então, Liza encontra-se desaparecida e não pagou a dívida.
A falar à mídia local, Maya afirmou que ainda não denunciou Liza às autoridades, pois, contra todas as probabilidades, ainda espera que a mulher apareça e pague a dívida.
“Ainda estou esperando a intenção dela em pagar sua dívida, embora ninguém saiba onde ela está agora”, disse Indonesia Posts English. Caso seja denunciada pela falsa morte, Liza pode ser presa e enfrentar uma pena de, no mínimo, 1 ano de prisão.
Fonte(s): El Tiempo / Oddity Central Imagem de Capa: Reprodução / El Tiempo Foto(s): Divulgação / Facebook