Dinamarca desiste da vacina da AstraZeneca pelos efeitos secundários raros de coágulos

A Dinamarca anunciou nesta quarta-feira que desistiu de usar a vacina para a Covid-19 da AstraZeneca devido aos efeitos secundários da vacina

de Redação Jornal Ciência 0

A informação veio através de comunicado oficial: “A campanha de vacinação na Dinamarca vai continuar sem a vacina da AstraZeneca”, afirmou nesta quarta-feira (14/04) o diretor da Agência Nacional de Saúde, Søren Brostrøm, em conferência à imprensa.

O país escandinavo torna-se o primeiro da Europa a abandonar a vacina da farmacêutica AstraZeneca, mas a Alemanha também decidiu restringir o seu uso.

Segundo o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, declarou hoje que os 2,2 milhões de alemães com menos de 60 anos que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca serão imunizados, na segunda dose, com vacina de outros laboratórios, BioNTech/Pfizer ou da Moderna.

O ministro e os responsáveis pela pasta da Saúde dos 16 estados federais da Alemanha tomaram a decisão, por unanimidade, depois de várias semanas de polêmica na Europa. A decisão segue uma recomendação da Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko), emitida no início de abril.

O presidente da Conferência de Gestores de Saúde, Klaus Holetschek, assegurou, em coletiva à imprensa, que qualquer uma das duas fórmulas baseadas em RNA modificado é “uma boa base” para proteger efetivamente a população.

A decisão visa acabar com a polêmica em torno dos casos de trombose detectados principalmente entre pessoas jovens e saudáveis que receberam a vacina da AstraZeneca.

A decisão de trocar a vacina na segunda dose não é isenta de dúvidas, até porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendou que isso fosse feito ou seguro, devido à ausência de dados sobre os possíveis riscos.

A campanha de vacinação da União Europeia tem sido marcada por grandes atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e pelos efeitos secundários do seu fármaco, dada a confirmada ligação a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos.

Neste cenário, junta-se os atrasos na chegada à União Europeia da vacina da Janssen após as autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendar na última terça-feira (13/04) uma pausa na administração da vacina da Johnson & Johnson para investigar relatos de coágulos sanguíneos.

Hoje a União Europeia anunciou que não vai renovar os contratos da vacina contra a Covid-19 com a AstraZeneca e Johnson & Johnson no próximo ano.

Por outro lado, a Comissão Europeia anunciou que a Pfizer vai fornecer 50 milhões de doses extras de sua vacina já este mês.

Fonte(s): ZAP Imagens: Reprodução / Lutsenko_Oleksandr / Shutterstock

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