Exame de sangue revolucionário poderá ajudar a verificar a saúde do bebê ainda no útero

de Merelyn Cerqueira 0

Em breve as mulheres grávidas poderão realizar um exame de sangue revolucionário capaz de detectar as chances de um bebê natimorto ou complicações gestacionais.

De acordo com informações do jornal Daily Mail, estima-se um a cada 20 bebês “passe fome” dentro útero. Isso ocorre pelo mau funcionamento da placenta ou má circulação sanguínea no cordão umbilical. Logo, enquanto nestas situações, eles correm o risco de morrer ou desenvolver problemas como uma paralisia cerebral, por exemplo.

Atualmente, os exames oferecidos às mães, muitas das vezes, deixam passar despercebidas essas questões. Agora, no entanto, cientistas da Queen Mary University of London, descobriram que uma proteína chamada DLK1 pode fornecer uma leitura biológica da saúde do bebê ainda no útero.

Eles consideraram que, quando os níveis desta proteína estão baixos nos marcadores sanguíneos, pode-se identificar e prever um crescimento fetal difícil. Os especialistas consideraram que a descoberta poderia ajudar na marcação de partos com antecedência (eletivos), o que ajudaria a salvar a vida dos bebês em risco.

No estudo, realizado com 129 mães de primeira viagem, cientistas identificaram que os níveis elevados de DLK1 estavam associados aos bebês que sofreram para crescer em razão de complicações na gravidez. Segundo a pesquisadora-chefe, Marika Charalambous, atualmente existem poucas maneiras de prever quais gravidezes darão errado, bem como saber se os bebês nascem pequenos por que não estão recebendo alimentação suficiente no útero ou por que simplesmente a genética está envolvida.

De acordo com médico Andrew Shennan, especialista no St. Thomas Hospital, em Londres, e que não esteve envolvido com o estudo, normalmente, tais condições são avaliadas através da medição da barriga da mãe, ou perguntando-lhe se o bebê está se movimentando corretamente. “Mais, isso nem sempre é eficaz para identificar um problema”, disse acrescentando que a descoberta poderia ser muito valiosa. Segundo ele, obter pistas desde o início sobre a saúde de um bebê permite aos médicos passar mais tempo com a mãe, fazendo mais varreduras e acompanhamentos mais precisos.

Em experimentos realizados com roedores, os cientistas determinaram que a proteína, que circula em altos níveis na mulher durante os estágios finais da gravidez, na verdade vem do bebê, e não da mãe. Eles então determinaram a importância da DLK1 para o feto, uma vez que sem ela as ratas grávidas não foram capazes de queimar energia a partir dos depósitos de gordura.

Ao estudar as 129 mulheres, os pesquisadores descobriram que baixos níveis da proteína no sangue estavam associados ao crescimento reduzido do feto e outras complicações gestacionais, incluindo a má circulação sanguínea fornecida pelo cordão umbilical. De acordo com Charalambous, “a medição dos níveis DLK1 no sangue da mãe poderia ser uma maneira confiável e não invasiva de predizer probabilidades de complicações, especialmente aquelas que causam o fornecimento reduzido de nutrientes ao bebê”. A partir deste diagnóstico precoce, os médicos podem decidir qual a melhor data para o parto. O estudo em questão foi publicado pela revista Nature Genetics.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Free Stock Photos ]

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